A 15ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte, que acontece de 28 de setembro a 3 de outubro, anuncia a seleção de 20 filmes produzidos na Grande-BH para integrar a programação da mostra temática “A Cidade em Movimento” e serão exibidos em cinco sessões definidas por alguns recortes e acompanhadas de bate-papos com os realizadores, realizadoras e convidadas.
Para 2021, a temática proposta pela curadora Paula Kimo é a “Cidade (em) comum”. O recorte traz como perspectiva a ideia do comum no cinema e convoca as relações entre filme, processo e cidade na construção de um sentido de comunidade.
Em relação à temática, “Cidade (em) comum” foi pensada a partir de alguns questionamentos, a serem levados para reflexão durante a CineBH: é possível pensar uma comunidade de imagens que dialoga com as práticas e fazeres coletivos que movem a cidade? Como os gestos de produção coletiva e compartilhada se inscrevem nos filmes que a cidade produz, não apenas do ponto de vista temático, mas também na forma, na narrativa e nos processos de criação e distribuição dos filmes?
Para a curadora Paula Kimo, a pandemia abalou a relação “imagem/cidade em movimento”. “A mostra do ano passado recebeu muitos ‘filmes de janela’, ou feitos nas frestas das janelas, como costumo dizer. Diante dessa mudança de cenário político que venho observando ao longo dos anos, a mostra também vem mudando”. Em 2021, o que Paula percebeu foi uma diminuição de títulos diretamente relacionados à política. “As ruas se esvaziaram, os movimentos voltaram para cuidar das suas bases frágeis e as câmeras se voltaram para outros lugares, ou foram guardadas no armário, mesmo porque produtor independente precisa sobreviver, e não é o cinema que coloca comida na mesa”, pondera a curadora.
Em 2021, A Cidade em Movimento busca olhar para a cidade compartilhada entre os sujeitos e as coletividades que produzem a experiência cinematográfica, onde filmar não é o ato primeiro (aquele de produzir um filme), mas “um ato com”, um gesto comum, e onde as imagens surgem no mundo não apenas para torná-lo visível, mas também para constituí-lo e transformá-lo.
A mostra abre com o filme “Amador”, da Cris Ventura, sobre um amigo da cineasta, Vidigal. “É um filme lindo, que ativa muitas memórias afetivas, que fala de um modo de vida que aciona questões da cidade, da trajetória de vivência nas ruas, da arte, da loucura, da lucidez”, aponta Paula Kimo.
A segunda sessão se chama “Mátria Amada”, com filmes que problematizam lugares e conceitos pré-estabelecidos: mãe, mulher, materno, amor parental. Na terceira sessão, “Contra Poder”, há filmes que provocam a pensar sobre essa força capitalista que move, persegue, arrasta, destrói. “Tem um filme muito forte sobre o crime ambiental de Brumadinho, chama ‘O Vazio que Atravessa’, e também ‘O Resto’, a história de uma vida apagada pelo Estado, como tantas outras”, destaca a curadora.
A quarta sessão se chama “Tem Diferença” e discute racismo, colonialismo e violência institucional, enquanto a quinta e última é intitulada “Singular” e traz alguns retratos de vida, “o pessoal, os modos e meios de viver, em filmes de personagens bem marcados, histórias de afeto e amor, vidas narradas e contadas”.
A Mostra A Cidade em Movimento foi criada em 2016 numa ação coletiva em diálogo com as questões, pulsações e movimentos atuais da cidade de Belo Horizonte e sua Região Metropolitana, e que são expressos em manifestações culturais, audiovisuais e educacionais. O objetivo da mostra A Cidade em Movimento é destacar produções e coletivos que atuam política e artisticamente no espaço urbano, tomando para si a câmera para tornar visíveis lutas, atritos e subjetividades de cidades que vibram, resistem e se organizam, mesmo diante das adversidades que assolam os nossos dias.
A Mostra A Cidade em Movimento é patrocinada com recursos do Fundo Internacional de Ajuda para Organizações de Cultura e Educação 2021 do Ministério das Relações Exteriores da República Federal da Alemanha, do Goethe-Institut e de outros parceiros: www.goethe.de/hilfsfonds.
CONHEÇA A SELEÇÃO DE FILMES E RODAS DE CONVERSA:
SESSÃO 1 – BAIXO CENTRO
Na poesia de Vidigal o encontro entre a arte, a loucura e o mais íntimo dos afetos. Para conhecer uma cidade é preciso reconhecer os corpos e lutas que atravessam sua história.
• FILME AMADOR
Documentário, cor, digital, 81min, 2020, MG
Direção: Cris Ventura
• RODA DE CONVERSA
Convidada especial: Louise Du Brasil – Multiartista, idealizadora e roteirista conjunta da série “As menor da redução”
SESSÃO 2 – MÁTRIA AMADA
O que resiste entre o lugar social da mulher e o papel estruturante do ser mãe? A sessão organiza filmes que colocam em contraste o desejo e a obrigação do amor parental, trazendo pontos de ruptura e quebra desse sistema masculinamente organizado.
• FILMES SESSÃO 27
Ficção, cor, digital, 6min, 2021, MG
Direção: Haendel Melo
CASA NÚMERO ZERO
Documentário, cor, digital, 16min, 2021, MG
Direção: Breno Mesquita
AURORA
Ficção, cor, digital, 21min, 2019, MG
Direção: Leo Ayres
CONSELHEIRA
Experimental, cor, digital, 23min, 2021, MG
Direção: Rafael Bacelar
• RODA DE CONVERSA
Convidada especial: Luciana Brandão – Multiartista, Coletivo MAM – Movimento Coletivo Arte na Maternidade
SESSÃO 3 – CONTRA PODER
As forças do capital, aliadas à máquina do Estado seguem traçando planos de destituição e subtração das vidas. Até quando vamos nos perguntar “até quando”? A sessão organiza filmes que nos convocam a resistir e operar contra esse poderio.
• FILMES DINHEIRO
Animação, cor, digital, 4min, 2021, MG
Direção: Sávio Leite e Arthur B. Senra
CIDADE ANALÓGICA
Experimental, cor, digital, 4min, 2019, MG
Direção: Eduardo DW e Álvaro Starling
[O VAZIO QUE ATRAVESSA]
Documentário, colorido, digital, 23min, 2021, MG
Direção: Fernando Moreira
OPÇÃO DO TOMO
Documentário, cor, digital, 3min, 2021, MG
Direção: Antônio Beirão Xavier
O RESTO
Documentário, cor, digital, 20min, 2021, MG
Direção: Pedro Gonçalves Ribeiro
• RODA DE CONVERSA
Convidada especial: Carolina de Moura, defensora dos direitos humanos e da natureza, Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela
SESSÃO 4 – TEM DIFERENÇA
Uma cidade, um bairro ou uma escola traduzem a história de um país ainda colonial, permeado por contrastes e violências raciais e institucionais. A sessão nos convida a relacionar espaços e posicionamentos políticos que buscam intervir nessa realidade.
• FILMES UM DE VERMELHO E UM DE AMARELO
Documentário, cor, digital, 14min, 2020, MG
Direção: Lipe Canêdo, GM & Fr4ad
MORDE & ASSOPRA
Experimental, cor, digital, 10min, 2020, MG
Direção: Stanley Albano
DITADURA ROXA
Ficção, colorido, digital, 23min, 2020, MG
Direção: Matheus Moura
A ÚNICA COISA QUE ENTENDO COMO NORTE É A LIBERDADE
Documentário, colorido, digital, 10min, 2021, MG
Direção: Luciana Cezário
• RODA DE CONVERSA
Convidada especial: Luana Costa, educadora
SESSÃO 5 – SINGULAR
Olhar a cidade é sentir os versos cantados pelas pessoas e personagens que praticam seu cotidiano. Escutar a cidade, experimentar seus movimentos, imaginar aquilo que se passa em cada uma das janelas luminosas acesas ao cair do dia.
• FILMES COLETIVO
Documentário, cor, digital, 13min, 2020, MG
Direção: Wend Fernandes
DOIS
Ficção, cor, digital, 10min, 2021, MG
Direção: Guilherme Jardim e Vinícius Fockiss
EU VI NOS SEUS OLHOS, DA JANELA, EU VI, QUE ERA O FIM
Experimental, cor, digital, 10min, 2021, MG
Direção: Larissa Muniz
ESCORRE
Experimental, cor, digital, 13min, 2021, MG
Direção: Thiago Monteiro & Kelly Crifer
URDIDO
Ficção, cor, digital, 17min, 2021, MG
Direção: Samuel Quintero
• RODA DE CONVERSA
Convidada especial: Carla Italiano, Pesquisadora e programadora
SOBRE A MOSTRA CINEBH
Com edições anuais e consecutivas, a CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte, o evento de cinema da capital mineira, chega a sua 15a edição de 28 de setembro a 03 de outubro de 2021, em formato online e gratuita, reafirmando seu propósito de mostrar o cinema para o mundo, promover o diálogo entre as culturas, aproximar povos e continentes, fazer a conexão do cinema brasileiro com o mercado audiovisual, realizar encontros de negócios, investir na formação, intercâmbio e cooperação internacional, construir pontes nas escolas, comunidades, redes sociais e com a cidade de Belo Horizonte e Minas Gerais.
A 15ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte e o 12o Brasil CineMundi integram o Cinema sem Fronteiras 2021 – programa internacional de audiovisual idealizado pela Universo Produção e que reúne também a Mostra de Cinema de Tiradentes (centrada na produção contemporânea, em janeiro) e a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto (que difunde o audiovisual como patrimônio e ferramenta de educação, em junho).
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SERVIÇO:
15ª CINEBH – MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE BELO HORIZONTE
BRASIL CINEMUNDI – 12th INTERNATIONAL COPRODUCTION MEETING
28 de setembro a 03 de outubro de 2021
LEI FEDERAL DE INCENTIVO À CULTURA
ESTE EVENTO É REALIZADO COM RECURSOS DA LEI MUNICIPAL DE INCENTIVO À CULTURA DE BELO HORIZONTE
Patrocínio: MATER DEI, CEMIG/ GOVERNO DE MINAS GERAIS
Parceria Cultural: SESC EM MINAS, GOETHE INSTITUT
Apoio: EMBAIXADA DA FRANÇA NO BRASIL, INSTITUTO UNIVERSO CULTURAL, CASA DA MOSTRA E CAFÉ 3 CORAÇÕES.
Idealização e realização: UNIVERSO PRODUÇÃO
SECRETARIA ESPECIAL DE CULTURA | MINISTÉRIO DA CIDADANIA| GOVERNO FEDERAL
ETC Comunicação
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