A primeira frase do álbum “Há um blues no fim do túnel” já anuncia: a sanidade cansa. A parceria entre o cantor e compositor Marcoliva e o poeta Cláudio Schuster chega às plataformas digitais no Dia Mundial da Poesia, na próxima terça-feira (21). Com diversidade de ritmos, a unidade percorre as oito faixas pela intensidade das interpretações, pelos delírios poéticos e pelos arranjos de Rafael Calegari, que criam o clima para paixões insanas, transgressão e inconformismo. Se o blues é o caminho, por essa estrada passeiam ainda a MPB, o pop e a milonga, que se cruzam para resultar essencialmente em música brasileira.
No mesmo dia, será lançado o novo videoclipe do álbum, com a música Solidão (assista aqui), que tem co-autoria de Rafael Meksenas. A direção é de Claudia Aguiyrre, que também dirigiu o videoclipe para Os elefantes tocam blues, escolhido como um dos melhores de Santa Catarina em 2022, de acordo com avaliação do site especializado Rifferama. A canção abre o álbum Há um blues no fim do túnel e pode ser vista aqui.
“A criação de Marcoliva amplificou meus delírios poéticos. O álbum é um convite a uma experiência com emoções que remetem à liberdade, prazer, rupturas e, por isso mesmo, à utopia e à esperança”, aponta Cláudio Schuster. “É um projeto de vida. Conseguimos reunir artistas inspirados e inspiradores, numa ambiência de criação coletiva que resultou em um álbum surpreendente. No show de pré-estreia, realizado em novembro, percebemos que o resultado foi tão encantador para o público quanto tem sido para nós”, lembra Marcoliva.
A parceria iniciou após se conhecerem no sarau PalavrAcanção, em Florianópolis (SC), em 2019. Em 2021, Marcoliva e Cláudio Schuster iniciaram as composições. O projeto é levar o show, que tem ainda participação de poetas convidados, com performances feitas da plateia, para turnês por Santa Catarina e outros estados.
O ÁLBUM
Há um blues no fim do túnel pergunta, por exemplo, “como vive um vivente/ a beber como água/ a aguardente do amor”? Depois, já embriagados de poesia, os autores anunciam seu manifesto por um “blues de breque/ nesse mundo bundão”. Ao mesmo tempo que presta homenagem ao palavrão e aos desejos mais loucos, cria amantes que dizem “azar de quem/ não descarrilha”, riem e dançam nus ao ritmo de um imaginário tango milonga blues. Em outros momentos, canta o pensamento solitário e existencial: “me perco de vista/ me visto de estrada/ sou um lugar/ que nunca vou alcançar”. Sobretudo, alegra-se ao ver que “gente não cabe/ gente não tem/ nenhum cabimento” e porque, afinal, “só amar nos poesia”.