Após o lançamento da Campanha Juro Zero, através da qual a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) fez um alerta sobre a necessidade de que os bancos diminuam os juros enquanto durar a pandemia, diversos exemplos em todo o país já indicam que a iniciativa deu resultado.
Nesta semana, o Ministério da Economia começou a estudar um modelo para socorrer pequenas e médias empresas do varejo. A proposta contempla empréstimos com recursos do tesouro nacional a lojistas que faturam até R$ 30 mil por mês. Os juros seguiriam apenas a correção da inflação.
Mudança de postura
No setor privado também surgiram novidades. A mudança de postura de alguns bancos do país vai desde a redução de juros e a prorrogação de empréstimos até a construção de redes de solidariedade, como foi o caso do Itaú, que, além de anunciar a doação de R$ 1 bilhão, lançou uma Frente de Combate ao Coronavírus.
Até o final da última semana, os cinco maiores bancos do País – Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Santander – já haviam renegociado R$ 130 bilhões de um total de R$ 200 bilhões em solicitações feitas após o início da crise provocada pela pandemia da covid-19.
Nesta mesma linha, bancos menores também estão anunciando redução de juros. O Nubank, por exemplo, reduziu para 1,9% ao mês a taxa de juros do parcelado de seus cartões de crédito. De acordo com a companhia, o percentual representa um corte de 80% do valor que seria cobrado normalmente.
No caso do Banco do Brasil, além da renegociação de empréstimos, o banco definiu também a prorrogação de dívidas para um prazo ainda maior que pode chegar até o dia 15 de agosto, a depender do setor para o qual ela foi contraída.
Já o Santander anunciou que os clientes com parcelas de dívidas vencidas e não pagas desde o dia 16 de março de 2020, ou que tenham prestações a vencer até 15 de maio, poderão ter o prazo para o pagamento automaticamente prorrogado por até 60 dias, sem qualquer acréscimo. Além da carência, o valor das parcelas será mantido inalterado até o final do financiamento. O banco anunciou também abertura de linha de crédito com taxas de juros de 1% ao mês e 20 anos para pagar.
O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, ressalta, no entanto, que a campanha ainda está longe de alcançar o seu objetivo. “Temos certeza que os bancos podem fazer muito mais ainda. Este são apenas alguns resultados que já colhemos. A campanha já conseguiu a adesão de outras CDLs de Minas e do Brasil. O movimento vai se fortalecer e vamos ter novas conquistas”, afirmou.