As medidas restritivas de circulação impostas para conter o avanço da Covid-19 no Brasil têm aumentado a demanda por soluções inteligentes, que buscam integrar as equipes de trabalho em home office, aumentando as demandas das agências de comunicação, especializadas em criar campanhas internas (para agregar suas equipes) e externas (nos canais digitais), com o intuito de manter os colaboradores dos seus clientes interagindo entre si, impulsionar seus negócios, aumentar o engajamento e, consequentemente, converter em vendas.
De acordo com pesquisa divulgada pelo Google, no final de março, a busca por como fazer compras online subiu 198% em março. O abismo que existia no hábito de comprar online entre os “early adopters” e os pragmáticos e conservadores foi preenchido por uma questão emergencial de isolamento e necessidade durante a pandemia. 16% das pessoas pediu pela primeira vez entrega de comida por aplicativo, 13% fez uma compra por smartphone e 11% comprou online e retirou na loja. Além disso, muitos conteúdos ganharam relevância: 18% começou um curso online novo e 35% tem o trabalho dentro de casa como ocupação principal.
Caio Velloso, CEO da Saving, agência de marketing carioca e há três anos no mercado, percebeu a oportunidade de ocupar esse espaço, criado por novos usuários que migraram para o ambiente digital e que devem ser atingidos com diferentes estratégias de comunicação. “Em um momento de isolamento social, conectar funcionários de uma companhia ou atrair clientes para alguma marca, por meio dos seus perfis nas redes sociais, se faz mais que necessário. É aí que surgem as demandas por novas estratégias e ferramentas de comunicação, para falar com esses diferentes públicos, nas mais diversas plataformas digitais. Sempre respeitando o mood do momento que estamos passando e o tom”, afirmou.
A Saving é uma agência full-service e investe na mistura criativa de branding, design, comunicação institucional e audiovisual, construindo projetos de ponta-a-ponta, com gestão in-house de planejamento, criação e execução de campanhas e conteúdos de alta performance.
“Com a pandemia, percebemos o crescimento da demanda por novos produtos de comunicação para dois públicos: as grandes empresas e os pequenos negócios. Para cada um delas as estratégias e ferramentas são distintas e são empregadas de forma a atender a demanda de cada cliente”, afirma Velloso.
Nas grandes empresas a principal necessidade é agregar as equipes, fazer com que as pessoas se comuniquem, troquem, permitindo que elas não se sintam completamente isoladas em suas casas. A ideia é engajar o time e para isso são elaboradas campanhas de comunicação interna que promovam a interação entre as equipes.
“Garantir a saúde mental dos funcionários é muito importante nesse momento de isolamento, incertezas e preocupação financeira. Para um dos clientes, por exemplo, criamos uma campanha colaborativa, onde os colaboradores mandem suas dicas diárias, somente “good news”. Uma contrapartida diária de notícias ruins que recebemos todos os dias sobre o avanço da pandemia. Nesse boletim, enviado por e-mail, criamos três editorias: saúde mental – dicas de aula de yoga, visitas em museus virtual, Desenvolvimento pessoal – dicas de cursos onlines, educação financeira, inteligência emocional, que eram pagos e agora são gratuitos, e edição especial – dicas de atividades para fazer com seu filho, artesanato, entre outros”, explica Caio Velloso. Promover ações e produção de conteúdo, com foco no audiovisual (por exemplo, webséries), que motivam e unam as pessoas é um dos caminhos.
Para os negócios menores, Caio sinaliza que a estratégia macro da Saving para esse perfil de cliente continua a mesma, criar conteúdo relevante para atrair cada vez mais seguidores e possíveis consumidores, o chamado inbound marketing – sem ignorar o cenário de pandemia, para não soar fora do mood. A ideia é investir em marketing de conteúdo e seguir alimentando os ecossistemas das marcas, com objetivo de torná-las autoridades nesse ambiente.
“Quando pensamos em conteúdo, não há como fugir do que gira em torno da pandemia no planejamento editorial. Responsabilidade social e solidariedade, o tom de voz é esse em qualquer tipo de comunicação, seja interna ou externa. A mensagem macro é unir esforços para enfrentar esse momento de colapso mundial, fazendo com que as marcas que atendemos promovam ações nesse sentido. Isso gera empatia entre as marcas e o seu ecossistema digital, que no fim pode ser convertido em vendas”, afirmou.
A Saving tem em sua carteira de clientes diversificada, além de grandes empresas, estúdio de tatuagem, médicos e nutricionistas. Nenhum deles ignora o momento de crise global, em qualquer uma de suas ações de comunicação.
Retomada e mudança de hábitos de consumo
Com a demanda duplicada de branding (criação e reposicionamento de marcas) e novos produtos (sites, logos, campanhas), a agência dobrou sua equipe de março pra cá e espera fechar o ano com alta de 120%, atingindo faturamento de R$ 2,5 milhões. Para Caio Velloso, esse é o momento das grandes empresas conquistarem sua presença digital, que por muitas vezes era adiada na escala de prioridade, e os pequenos empreendedores usarem dessas ferramentas para manterem seus negócios vivos.
“Estamos nos reinventando e passando pela crise, oferecendo serviços de comunicação e marketing de alta qualidade, atendimento diferenciado e um trabalho de ponta a ponta, desde a estratégia até a execução. Procuramos sempre manter o público de nossos clientes conectados e buscamos formas de captar recursos para eles, em alguns casos, criamos campanhas que oferecem compra de voucher, desconto em produtos/serviços e pacote de vendas antecipadas com descontos.”, disse.
Um dos principais fatores que estão aumentando a demanda por esse tipo de serviço são as mudanças dos hábitos de consumo. Grande parte das pessoas perceberam que consumiam muitas coisas sem necessidade, seja por uma necessidade forçada de diminuir gastos (com o reajuste familiar), seja porque não podem mais ir em shopping ou centros comerciais.
“A comunicação é o cerne de venda das marcas. A forma de se comunicar e alcançar o consumidor final pós-pandemia não será mais o mesmo de antes. O tom de voz, a forma, a percepção da motivação de compra, aliados à insegurança do consumidor final, são alguns pontos que devem ser levados em conta no momento de retomada. As pessoas estão consumindo de forma diferente, então há necessidade de adequação das marcas a esse novo comportamento.”, concluiu.