O Núcleo Softex Campinas (NSC) associação das empresas de software que atua em todo o Brasil – lança o Up Skill, um projeto de capacitação tecnológica, que tem o objetivo de preparar mão de obra especializada em tecnologia da informação para suprir a forte demanda de profissionais especializados neste setor. A iniciativa já está em operação nos estados de São Paulo, Goiás e Paraná, mas a expectativa é de ampliar a abrangência para todos os estados do País.
O projeto, que tem a plataforma Workover como a base tecnológica para a realização dos cursos, oferecerá uma série de trilhas de formação, cursos e conteúdos gratuitos voltados tanto àqueles que pretendem ingressar no mercado de trabalho, quanto quem está em busca de uma recolocação. O Up Skill é parte de uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, com coordenação da Softex nacional e realização do NSC, com a participação de várias outras instituições de ciência e tecnologia do país.
Os cursos oferecidos pelo programa capacitarão profissionais, tanto em soft skills como em hard skills, para atuarem em atividades de concepção, desenvolvimento, publicação, manutenção e evolução de produtos e sistemas de base tecnológica, não somente em empresas que desenvolvem software, mas também em qualquer tipo de empresa que demande profissionais da área de sistemas e computação. Isso inclui, mas não se limita, a profissionais de suporte técnico a sistemas, desenvolvimento de software, suporte a sistemas críticos, implantação e manutenção de sistemas, dentre outras especialidades.
O projeto também reúne empresas parceiras em suas diferentes praças de atuação, que contribuem para a formação dos conteúdos de acordo com as especialidades que são demandadas naquele mercado. Os currículos daqueles que concluem os cursos são disponibilizados às empresas parceiras, para que possam avaliar e, eventualmente, contratar estes profissionais.
De acordo com o diretor executivo do NSC, Núcleo Softex Campinas, e responsável pela gestão do projeto, Edvar Pera Jr, o Up Skill chega para atacar um problema crônico para as empresas de TI brasileiras, que é a falta de mão de obra especializada. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) e a consultoria IDC, se nada for feito, o Brasil terá um déficit de 270 mil profissionais de TI e uma perda de receita estimada de 167 bilhões de reais até o ano de 2024.
“A falta de mão de obra trava o crescimento das empresas brasileiras de tecnologia da informação e dificulta todo o processo de retomada da economia e transformação digital do país. O Up Skill nasce como um programa de abrangência nacional alinhado com as demandas definidas pelas empresas, tanto em termos de soft skill como de hard skill, contribuindo para diminuir o déficit de mão de obra técnica e também dar acesso a jovens e adultos que buscam formação para atualizar seu portfólio de conhecimentos e atuar na área e serão conectados com as vagas disponibilizadas pelas empresas na plataforma”, explica.
Expansão
O Up Skill teve início em Campinas, interior de São Paulo, onde foi realizada uma prova de conceito, no período de janeiro a agosto de 2020, e cujos resultados ratificaram a viabilidade do projeto e a eficácia da metodologia pedagógica. Agora, as ações estão sendo ampliadas de forma a permitir a expansão para novos polos em outras localidades.
Escassez de profissionais
Segundo o Relatório Setorial de TIC 2019, da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o país gera 42 mil profissionais por ano, mas só em 2018 gerou 43 mil novas vagas, tendo um total de aproximadamente 1 milhão de contratados. Além da escassez de profissionais ser um problema crescente na área, aqueles disponíveis precisam de tempo de experiência e treinamentos complementares para atender às efetivas necessidades das empresas.
Além disso, a crise decorrente da pandemia do coronavírus vem provocando a demissão de profissionais em várias áreas, provendo uma janela de oportunidade de captação desse contingente, permitindo que migrem para a área de tecnologia. Ainda há aqueles profissionais de tecnologia da informação que têm interesse ou necessidade de atualizar seu portfólio de conhecimento tanto técnico como comportamentais para acelerar o seu crescimento profissional alinhado às necessidades do mercado.