Os brasileiros Nilo Mingrone e Francisco Moura Junior, depois de construírem carreira no Brasil — Nilo como advogado e Francisco como executivo na área de seguros —, há sete anos vislumbraram a oportunidade de desenvolver negócios nos Estados Unidos.
Depois de sete anos atuando nos segmentos de caixas eletrônicos, investimentos em startups e consultoria de imóveis, o sucesso dos dois empreendedores brasileiros foi retratado na edição de outubro da “Revista Acontece”, publicação de língua portuguesa de grande circulação nos Estados Unidos.
Em 2014, Francisco e Nilo mudaram-se para o país e criaram a ATM Club, clube de investimentos em que o investidor se torna o proprietário de uma rede de caixas eletrônicos, recebendo comissões de cada retirada.
Ao contrário do mercado brasileiro em que apenas bancos e uma única operadora podem ter os ATMs, do inglês Automated Teller Machines, ou caixas eletrônicos, nos Estados Unidos é possível investir e até estabelecer uma rede particular desses equipamentos.
Para Nilo José Mingrone, sócio e um dos fundadores da ATM Club, no Brasil ainda prevalece a exclusividade do uso de cartão de débito na rede de caixas eletrônicos do próprio banco que emitiu o cartão. Entretanto, ele avalia que o mercado global aposta na facilitação tecnológica que já está sendo aplicada em caixas eletrônicos em todo o mundo, com a aceitação de todas as bandeiras e cartões.
Francisco Moura Junior, também sócio e um dos fundadores da ATM Club, ressalta que o negócio passa segurança ao investidor porque não exige aportes mensais para cobrir eventuais riscos ou prejuízos que venham a ocorrer, pois o giro é feito por meio das transações feitas nos caixas.
Presente em cidades como Orlando, Miami, Nova Iorque, Nova Jersey e São Francisco, a ATM Club tem aproximadamente 700 pontos de atendimento e o investidor pode formar uma rede própria de acordo com o aporte inicial. Francisco recomenda um investimento inicial de US$ 100 mil, equivalente a dez caixas eletrônicos. “O valor do investimento mínimo é de US$ 10 mil, sendo US$ 7,5 mil do ATM, licenças, frete, sistemas, marketing e locação por cinco anos e US$ 2,5 mil de capital de trabalho que é o dinheiro que circula, ou seja, está na máquina ou na conta e é aportado uma única vez”, explica o empresário.
Essencialidade
Com a chegada da pandemia de Covid-19 aos Estados Unidos, nos primeiros 60 dias alguns estados decretaram lockdown total, com abertura permitida apenas para negócios essenciais, como postos de gasolina, supermercados e farmácias. Como o dinheiro ainda é o principal meio de pagamento, embora os meios eletrônicos tenham crescido substancialmente nos últimos anos, os ATMs também passaram a ser considerados negócio essencial durante a pandemia.
Francisco Moura Junior, Chief Marketing Officer e Chief Commercial Officer da ATM Club, explica que os ATMs mantidos em locais que ficaram fechados foram recolhidos e posteriormente realocados para outros estabelecimentos considerados essenciais, e embora as máquinas que estavam nesses locais restritos tenham deixado de faturar, não geraram despesas aos investidores, pois elas não possuem um custo mensal.
O executivo informa ainda que somente em 2020 circularam mais de US$ 3 trilhões nos Estados Unidos em volume de transações. Ele aponta como fator preponderante para essa movimentação de dinheiro em espécie a ajuda financeira que o governo americano concedeu aos cidadãos durante a pandemia, fazendo com que os saques em ATM se tornassem a quarta opção mais utilizada para movimentar dinheiro.
Diversificação de negócios
Com o sucesso obtido com a ATM Club, há cinco anos Franciso e Nilo criaram a International Mind Group – IMGroup, oferecendo curadoria de negócios que envolve avaliação, consultoria e abertura de empresas em território americano. Até hoje, a IMGroup já trabalhou na concepção de mais de 50 negócios nos Estados Unidos e a administração de mais de US$ 30 milhões em operações.
Diante da alta demanda de brasileiros por aquisição de imóveis residenciais e comerciais nos Estados Unidos, Francisco e Nilo obtiveram a licença para atuação no setor de Real Estate, conhecido no Brasil como corretagem de imóveis. “Nosso trabalho é ajudar nossos clientes a diversificarem seu capital, promovendo uma diluição de risco e obtenção de renda passiva em dólar”, esclarece.