Música para curar. Essa é a proposta do novo trabalho do cantautor mineiro Gustavito, apresentado para o público em duas partes: “AHO AHA” / “AHA AHO”. O disco duplo, cuja primeira parte já está disponível em todas as plataformas digitais, passeia pela musicalidade indígena, gospel, mantras orientais, religiosidade afro-brasileira e a doutrina do Santo Daime. “É o meu primeiro álbum inteiramente dedicado às ‘músicas medicina’, ou ‘músicas de rezo’, como também são chamadas, constituindo um estilo musical relativamente novo no Brasil, onde o aspecto devocional e as reflexões a nível pessoal e interpessoal estão em destaque nas letras”, pontua o artista. O resultado dessa imersão na fé poderá ser conferido em duas apresentações, ao vivo e presenciais, nos dias 11, às 20h, e 12 de dezembro, às 19h, no Teatro de Câmara, do Cine Theatro Brasil (avenida Amazonas, 315, Centro), em Belo Horizonte. Os ingressos estão à venda no site Eventim (encurtador.com.br/qCG02), e custam R$30 (preço único).
Para Gustavito, voltar a tocar no Cine Theatro Brasil, principalmente apresentando um projeto intimista, em que explora o viés voz e violão, é um momento de regozijo. Em 2015, no espaço, ele fez uma das apresentações mais marcantes da carreira, ao lado de Xangai, cujo trabalho já era acompanhado pelo artista. Nas apresentações de “AHO AHA” / “AHA AHO”, mais uma vez, ele estará ao lado de pessoas que fortaleceram e que ainda fortalecem a caminhada, como Laura Catarina, Raphael Sales e Maria Rita Castro, que estarão presentes nos dois dias de show, e ainda alguns convidados extra, dentre eles Danilo Candombe e Alexandre Andres. “Essa será a minha primeira apresentação oficial, com ampla divulgação e num espaço público, desde o início da pandemia. Durante o ano de 2020, fiquei totalmente afastado dos palcos e, neste ano, já vinha realizando algumas apresentações bem intimistas em espaços alternativos e com público restrito”, pontua o músico, alertando que, nas duas noites de lançamento do novo trabalho, haverá participações especiais surpresas.
Além dos convidados, tanto os já revelados quanto os surpresas, Gustavito destaca que os shows seguirão a mesma ideia do álbum duplo, cuja segunda parte será disponibilizada no dia 1º de dezembro, nas plataformas digitais. “A primeira noite, dia 11, será dedicada ao ‘AHO’, apresentando todo o repertório do primeiro disco, algumas faixas do segundo e também canções de autoria dos convidados que não estão nos álbuns. Na segunda noite, dia 12, serão apresentadas todas as canções do ‘AHA’, algumas do primeiro disco e canções dos convidados diferentes das que aparecem na primeira noite, acompanhando a mesma lógica das polaridades Yin Yang seguida pelos discos”, explica o artista, que completa: “De acordo com antigas filosofias orientais, Yin Yang são as energias que movem todo o universo numa eterna dança cósmica. Elas representam os movimentos alternados de contração e dilatação; expansão e introspecção; atividade e repouso; dar e receber; ação e sensação, e assim por diante. Tudo o que existe passa por essas polaridades e uma das maneiras de enxergar essas energias é sob a chave do masculino e do feminino, considerando que ambas estão tanto nos homens quanto nas mulheres. Sendo assim, a parte ‘AHO’, está mais ligada à energia masculina, e a parte ‘AHA’, mais ligada ao feminino. Isso se apresenta nas canções em relação às letras, ritmos e melodias”, explica.
O álbum duplo “AHO AHA” / “AHA AHO”, gravado por Alexandre Andrés, no Estúdio Fazendas das Macieiras, e mixado e masterizado por Kiko Klaus, com as participações de Luiz Gabriel Lopes e Danielo Candombe, além de releituras do grupo Vocal Livre e dos artistas Nei Zigma e Vicente Júnior, começou a ser produzido em abril de 2021 e conta com backgrounds de paisagens sonoras naturais, formadas por sons captadas por Gustavito na Floresta Amazônica, durante uma visita feita por ele à Terra Indígena Kaxinawá do Rio Humaitá, do povo Huni Kuin, no Estado do Acre.
Para Gustavito, o lançamento atrelado aos dois shows é a coroação de uma caminhada. “Durante praticamente um ano, estive imerso nesse projeto, nas gravações de áudio e videoclipes. Os discos representam também a entrega para o mundo de composições que marcaram os últimos anos da minha história, quando aprofundei meu trabalho nas linhas de musicalidade medicinal, passando por muitos rituais e retiros espirituais de diversas linhas, incluindo passagens em encontros de meditação, visita a aldeia indígena na Amazônia, experiências de introspecção e autoconhecimento”, frisa o artista mineiro, que fará um registro audiovisual das apresentações para lançamentos futuros.
SERVIÇO
Lançamento disco “Aho Aha” e “Aha Aho”
11/12, às 20h, e 12/12, às 19h
Cine Theatro Brasil Vallourec (avenida Amazonas, 315, Centro)
R$ 30 (encurtador.com.br/qCG02)
FAIXA POR FAIXA
“AHO” – Já disponível nas plataformas
“AHO AHA” (faixa de boas vindas); “Tupã” (faixa que ganhou um videoclipe com a participação de indígenas do povo Huni Kuin, do Estado do Acre); “Flor Mimosa da Jurema” (composição coletiva que fala sobre a importância de saber dizer não e ouvir o próprio coração); “Violão de São Miguel” (dedicada ao violão); “Chamo os Caboclos” (releitura do hino do Santo Daime de autoria de Vicente Júnior); “Canto Encantado” (faixa escrita na pandemia, que reflete sobre a necessidade de aprender a dar um tempo); “Amor de Tupinambá” (faixa escrita em parceria com a terapeuta Isabela Perobeli e que trata de uma canalização poética na linha da Umbanda); “A Voz do Vento” (canção sobre a força do tempo e a realidade da impermanência que a tudo sempre transforma); “Metta” (canção que trata da meditação para que todos os seres sejam felizes e que foi aprendida num retiro de meditação em que o músico ficou 10 dias em regime de silêncio absoluto).
“AHA”
“Pele Violeta” (faixa lançada com um lyric vídeo feito com aquarelas animadas da artista Bárbara Avelino); “Dandá” (parceria com Danilo Candombe cujo videoclipe contou com a participação de crianças e anciões da comunidade quilombola do Açude e da vila de Lapinha da Serra); “A Começar em Mim” (releitura da famosa canção do grupo gospel Vocal Livre); “Oraieieô” (faixa que trata da importância da conexão dos homens com a energia feminina, representada pela Orixá Oxum); “Quanto Mais” (um mantra que traz poeticamente pequenas frases de efeito profundo); “Sagrado Coração de Maria” (faixa que traz uma poesia musicada sobre a Grande Mãe); “Estrela D’Água Que Me Guia” (releitura de uma linda composição do artista paulista Nei Zigma); e “Pesquisador” (composição escrita como uma homenagem a todos os pares de jornada de Gustavito, cantautores que carregam essa missão de viver como porta-vozes do cancioneiro popular místico).
QUEM É GUSTAVITO
Cantautor, Gustavo Amarall, mais conhecido por Gustavito, integra a nova safra de compositores e cancioneiros de Minas Gerais. Além de ter participado ativamente da reconstrução do Carnaval de Belo Horizonte, tocando em diferentes blocos, inclusive no Pena de Pavão de Krishna (PPK), o artista lançou, nos últimos nove anos, os discos “Só o Amor Constrói” (2012), “Quilombo Oriental” (2015) e “Universo Reflexo” (2019), sendo este último em parceria com Thiago Braz. Em 2022, o músico estará envolvido no primeiro álbum autoral do PPK, que terá três etapas; no disco solo “Assopro” e no projeto “Destino do Clã”, ao lado de Luiz Gabriel Lopes, que integrou o Rosa Neon, e do instrumentista Nanan.