Com a pandemia de coronavírus, a necessidade de permanecer em isolamento social fez com que milhares de pessoas redescobrissem suas prioridades. Ter um lar adequado que promovesse bem-estar e praticidade para a vida pessoal e profissional se tornou um dos principais desejos. Como resultado, enquanto alguns setores sofreram grandes perdas nesse período, o da construção civil observou sua demanda aumentar.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2020, o setor cresceu 10,7%, número que também impactou positivamente o mercado de trabalho ao gerar mais de 2 milhões de empregos diretos e indiretos, mesmo enquanto outros setores viram o nível de desemprego aumentar.
Para a arquiteta Germana Lara, esse é um reflexo direto da forma como as pessoas começaram a enxergar os próprios lares. “Muitas gastavam com viagens e outros tipos de lazer, mas, com a pandemia, elas entenderam o quanto suas casas poderiam ser importantes na busca pelo bem-estar mental e físico. Mais do que um local para passar poucas horas, agora elas podem trabalhar, estudar, se reunir com a família por um tempo muito maior do que antes. E isso, sem dúvidas, impactou no que elas consideravam confortável”, comenta.
Aumento das obras
Como consequência dessa nova priorização, a busca pelos escritórios de arquitetura aumentou. ”Em nosso escritório, por exemplo, o serviço de orçamentação de obras teve um aumento de 80%”, revela Germana.
No entanto, a arquiteta comenta outro fenômeno comum que cresceu nesse período. “Nós começamos a observar que os clientes recebiam os projetos e nem chegavam a executar as obras, outros alteravam o projeto original e ficavam insatisfeitos com a mudança. E ainda havia aqueles que gastavam mais do que previam ou imaginavam”, lembra.
E toda essa situação ocorria por um motivo: a diferença entre expectativa e realidade. A falta de planejamento financeiro se tornou o principal desafio nessa etapa. “A maioria dos clientes chegava sem saber o quanto de fato iria custar suas construções ou reformas. Então entendemos que o papel de explicar isso deve ser nosso, pois não queremos entregar um projeto que não será executado. Com isso, percebemos que precisávamos acompanhar e auxiliar nossos clientes durante todo esse processo”, diz.
Dessa forma, ao buscar um escritório de arquitetura, Germana orienta sobre a importância de encontrar o trabalho completo que esteja de acordo com a realidade do cliente. “Nós disponibilizamos uma equipe para orçamento dos projetos, uma equipe de obras e outra que vai acompanhar desde o início até a decoração final dos espaços. Assim, estaremos estruturando um trabalho que atenda o que o cliente deseja, mas sem deixar de lado a realidade do mercado para ir adequando suas expectativas”, conta.
Como exemplo, Germana cita casos em que o projeto é direcionado a uma família completa. “Nesses casos, o cliente pode desejar construir uma casa grande, com diversos espaços para cada membro da família, mas, às vezes, o terreno pode comportar apenas uma casa menor. Então, começamos a estudar a possibilidade de criar mais andares ou utilizar móveis planejados que se adaptem melhor ao espaço e por aí vai. É importante analisar cada detalhe e passar isso para o cliente da forma correta”, acrescenta.
Na prática
Germana explica um pouco do passo a passo para conseguir aliar tais necessidades de uma obra. Primeiro, o processo começa por um briefing. “Nele, fazemos um processo investigativo para ouvir, entender e ‘descobrir’ o que não é dito em palavras. Traduzir as expectativas dos clientes é a parte crucial do nosso processo”, conta a arquiteta.
Após a elaboração do briefing, o escritório acompanha todo o processo do início ao fim, incluindo a decoração que também é importante para aliar praticidade e bem-estar. “Após a escolha, que é toda assessorada pela equipe, esperamos a chegada dos mobiliários, montamos e o cliente recebe seu espaço prontinho”, exemplifica.
Depois do serviço prestado, Germana ainda ressalta que é fundamental manter contato com o cliente para tirar dúvidas e saber o que ele achou de todo o processo e sua conclusão com o resultado final. “Após 3 meses, conversamos com os clientes para saber como está a ocupação daquele espaço, se há algo que possa melhorar, por exemplo”, finaliza.
Fonte: Germana Lara é arquiteta e há 15 anos está à frente do escritório Larc Arquitetura em Belo Horizonte (MG). Sua equipe desenvolve projetos residenciais com objetivo de realizar os desejos e sonhos de seus clientes com excelência, além de projetos comerciais focados no público e propósito das empresas.
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