Importante nomes da arte mineira representam o Estado na exposição “Ancestral: Afro-Américas – Estados Unidos e Brasil”, em exibição no Museu da Arte Brasileira da FAAP (MAB-FAAP), em São Paulo, até dia 26 de janeiro, com entrada gratuita.
Sob a curadoria dupla da brasileira Ana Beatriz Almeida e da americana Lauren Haynes e direção artística de Marcelo Dantas, a mostra destaca a arte afro-diaspórica nos EUA e Brasil, e apresenta os trabalhos de Sônia Gomes, Paulo Nazareth, Sebastião Januário e Davi de Jesus Nascimento ao lado de trabalhos de outros 70 artistas nacionais e internacionais, como Abdias do Nascimento,
Rosana Paulino, Bispo do Rosário, Nari Ward e Simone Leigh.
Após encerrar sua estreia em São Paulo, “Ancestral” seguirá em itinerância pelo Brasil, passando pelas unidades do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, e pelo Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB), em Salvador.
Uma das principais artistas contemporâneas do país, Sônia Gomes (Caetanópolis, 1948) estreou no mundo das artes apenas aos 65 anos, após dedicar parte da vida ao Direito. Seu trabalho resgata a memória, a experiência e a cultura afro-brasileira a partir de texturas, cores e cheiros de diferentes elementos, utilizando torções de materiais têxteis, cordas, linhas e madeiras para criar suas esculturas orgânicas e abstratas. Além de “Ancestral”, a artista já participou de exposições no Museu de Arte de São Paulo (MASP); Pinacoteca de São Paulo; Centre Pompidou, em Paris; e no Museum of Modern Arts (MoMA), em Nova York.
O multiartista Paulo Nazareth (Governador Valadares, 1977) utiliza suas longas peregrinações a pé para investigar em tempo real a própria experiência e a de pessoas que conhece pelo caminho. Com base nas lutas ancestrais de suas heranças africanas e indígenas, cria performances, esculturas, fotografias e instalações relacionadas a raça, ideologia e desigualdade, como é o caso dos “Ovos de Colombo”, grupo de esculturas que exibe na exposição “Ancestral”. A pobra faz parte da série “Produtos de Genocídio” (2010), na qual o artista analisa palavras, símbolos e imagens que fazem referência às culturas indígenas e afrodiaspóricas, criticando o colonialismo que utilizou tais símbolos para criar produtos comercializáveis, como refrigerantes, salgadinhos e produtos de limpeza.
O trabalho do vencedor do Prêmio PIPA 2016 já foi exibido em espaços como o MASP; 34° Bienal de São Paulo; 12° Bienal de Lyon, na França; e National Gallery of Art, em Washington DC.
Presente na cena artística nacional desde os anos 1960, o pintor Sebastião Januário (Dores de Guanhães, 1939) se tornou uma das principais referências quando se trata de representar a vida cotidiana e a fé, devido às construções de cenas complexas e da carga ancestral que coloca em suas criações. Em suas pinturas, Januário apresenta corpos, olhares, santos, entidades e pessoas comuns com ares de nobreza, utilizando contornos demarcados e cores vivas que rementes aos vitrais de igrejas. Suas pinturais e murais já estiveram em exposições no Instituto de Cultura Hispânica, em Madri; 18° Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio de Janeiro; Museu de Arte Moderna, do Rio de Janeiro; e Museu de Arte Negra, também no Rio de Janeiro, entre outros.
Já Davi de Jesus do Nascimento (Pirapora, 1997), tem sua ancestralidade ribeirinha do Rio São Francisco como principal inspiração para suas obras, utilizando tradições artesanais do norte-mineiro e da ancestralidade africana em diferentes técnicas artísticas para criar fotografias, desenhos, performances, poesias e esculturas, especialmente carrancas. Por meio delas, que chama de “corpo-embarcação”, ele aborda temas como o corpo humano e a memória.
Com apoio da Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP e da Embaixada e Consulados dos Estados Unidos no Brasil, a exposição “Ancestral: Afro-Américas – Estados Unidos e Brasil” tem patrocínio do BB Asset, Bradesco, Caterpillar, Instituto CCR, Citi, Itaú Unibanco, Whirlpool e Bank of America – que cedeu 52 obras de seu acervo para a mostra. Além dele, o Museu Afro Brasil também cedeu obras de sua coleção para a ocasião.
Serviço:
Exposição “Ancestral: Afro-Américas – Estados Unidos e Brasil”
Direção Artística: Marcello Dantas
Curadoria: Ana Beatriz Almeida e Lauren Haynes
Patrocínio: BB Asset, Bradesco, Caterpillar, Instituto CCR, Citi, Itaú Unibanco, Whirlpool e Bank of America
Período: de 29 de outubro de 2024 a 26 de janeiro de 2025
Local: MAB – FAAP – Rua Alagoas, 903, Higienópolis, São Paulo
Funcionamento: de terça a domingo, das 10h às 18h. Fechado às segundas-feiras.
Entrada gratuita.
Mais informações: (11) 3662.7198