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Foto: Lett Souza
Aproximadamente 20% da população brasileira apresentam alergia nos olhos, e isso pode ser considerado fator de risco do ceratocone, condição degenerativa e progressiva da córnea. Pais devem estar atentos aos seus filhos e observar se as crianças e os adolescentes têm o hábito de sempre coçar os olhos, reclamar de visão embaçada, ou apresentar alergias oculares.
“A principal preocupação que temos que ter em relação ao ceratocone é na infância, pois quando a pessoa torna-se adulto, a doença já atingiu um estágio que não irá mudar o quadro. Por isso, é importante na fase infantil tomar todos os cuidados para que o ceratocone não progrida e atinja níveis ruins. Criança que coça muito o olho e tem alergia ocular, os pais precisam levar ao especialista”, alerta o oftalmologista dr. Leonardo Gontijo, especialista em córneas e ceratocone.
De acordo com dr. Leonardo Gontijo, a fricção constante da córnea fragiliza suas fibras, agravando a doença. “O ceratocone é uma condição degenerativa e progressiva da córnea, hereditária, que acomete crianças, adolescentes ou adultos jovens. Caracteriza-se por um afinamento e deformação desta membrana, levando ao aparecimento de miopia e elevado grau de astigmatismo irregular e acentuada baixa da acuidade visual. A pessoa apresenta sintomas como coceira nos olhos, visão dupla, distorcida ou embaçada, mudança do grau dos óculos e aversão à luz. Podem ocorrer também dores de cabeça”, afirma o especialista em córnea.
O ceratocone pode começar em qualquer idade, mas se uma criança de sete anos, por exemplo, coça muito os olhos, e não está enxergando muito bem ou com dificuldade para ler, é muito importante fazer uma avaliação. “Os pais precisam estar atentos com a coceira nos olhos. Neste caso, é recomendável usar um antialérgico para proteger a córnea, como cuidado básico”, informa.
Embora a doença cause preocupação, seu tratamento evoluiu muito, principalmente nos últimos dez anos com as lentes esclerais – cross-linking – tecnologia que evita a realização de transplante de córnea em muitos casos. “Essas lentes surgiram nos Estados Unidos e são uma importante opção para reabilitação visual. O fato de não serem apoiadas nas córneas faz delas uma solução muito confortável para os pacientes, isso porque apoiam-se na esclera – área periférica da córnea, muito menos sensível e, além disso, funcionam como uma espécie de proteção aos olhos”, explica dr. Leonardo Gontijo, pioneiro no uso das lentes esclerais no Brasil.
O cross-linking possui a vantagem de estabilizar o ceratocone, enquanto o Anel de Ferrara ajuda a diminuir a distorção causada pelo ceratocone, mas nenhum oferece a qualidade de visão que as lentes esclerais possibilitam. “Nos olhos, as lentes esclerais aparentam ser uma lente gelatinosa pelo seu tamanho. Surpreendem médicos e pacientes já no teste de adaptação. O conforto origina-se do fato de não tocar a córnea e não se mover. Exigem apenas um aprendizado inicial porque seu diâmetro é grande, mas dificilmente as lentes saem dos olhos ou permitem que ciscos adentrem e incomodem, como nas lentes rígidas comuns”, afirma o oftalmologista.
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CRISTIANE MIRANDA
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