Syomara Cristina Szmidziuk atua há 31 anos como terapeuta ocupacional, e tem experiência no tratamento e reabilitação dos membros superiores em pacientes neuromotores. Faz atendimentos em consultório particular e em domicílio para bebês, terapia infantil e juvenil, para adultos e terceira idade. Desenvolve trabalho com os métodos RTA e terapia da mão, e possui treinamento em contenção induzida, Perfetti (introdutório), Imagética Motora (básico), Bobath e Baby Course (Bobath avançado), entre outros.
Neste fevereiro roxo, lembramos da conscientização sobre o Alzheimer, e, por isso, considero fundamental explicar o papel importante da terapia ocupacional (TO) nos longos anos de tratamento.
O Alzheimer provoca a degeneração e morte das conexões cerebrais, e não apenas a memória é afetada, mas também as atividades do cotidiano, como comer, vestir-se, trocar de roupa. A boa notícia é que a família e o terapeuta podem ajudar o paciente a prolongar sua independência.
Em primeiro lugar, quais são os estágios da doença? Quando é inicial, surgem alterações de memória, desorientação e mesmo falhas na linguagem. Segue-se um período intermediário em que a perda dessas funções se aprofunda, afetando ainda a capacidade de planejamento e abstração, além das emoções, personalidade e comportamento social. Quando atinge o estágio mais avançado, o paciente pode passar por incontinência urinária e fecal, convulsões e outras perdas.
Quando chegam ao consultório do terapeuta ocupacional, as famílias costumam relatar a perda da capacidade de realizar atividades que o paciente sempre fez, como comer e cortar os alimentos, segurar um copo, tomar banho, planejar a roupa que irá vestir, entre outras. Existe ainda a ocorrência do Alzheimer por excesso de medicamento, como sequela do tratamento de lesões ou convulsão, por exemplo. Costuma-se dizer que o Alzheimer é uma doença social, e isso envolve a perda do reconhecimento do outro e também do controle da agenda diária e da capacidade de planejamento.
A partir das sessões de TO, tenta-se prolongar ao máximo a capacidade cognitiva, pois é possível trabalhar aspectos da vida diária e do pensamento, ao estimular a memória, a atenção e a concentração, seja com jogos ou com a rememoração do passado, entre outros recursos. Quanto mais conseguirmos estimular essas capacidades, melhor para o paciente e sua família. Com inúmeros recursos, o objetivo é a manutenção das atividades de vida diária e da inteligência pelo máximo de tempo possível.
Por fim, quero comemorar a descoberta por cientistas brasileiros de proteína biomarcadora, que pode estar relacionada ao desenvolvimento do Alzheimer. Trata-se de um passo em direção ao desenvolvimento de medicamentos que evitam o envelhecimento dos astrócitos, prevenindo, assim, doenças como o Alzheimer. Quem sabe no futuro falaremos de prevenção e cura?