Pulgas e carrapatos. Só de ouvir essas duas palavras, os tutores de pets já ficam em alerta. Apesar de ser um problema recorrente, que pode afetar os animais em qualquer época, no verão os casos aumentam devido ao clima quente e úmido da estação que favorecem a reprodução e o desenvolvimento dos principais ectoparasitas que acometem caninos e felinos. Pesquisas mostram que nesse período, 27% dos cães levados ao veterinário e 35% dos gatos têm sinais de infestação por esses parasitas.
É comum relacionar que as pulgas e carrapatos estão presentes apenas na pele e pelo dos pets. Porém, apenas 5% destes parasitas, que estão na fase adulta, ficam visíveis. Os outros 95%, que estão em suas fases imaturas (ovos, larvas, pupas ou ninfas) ficam escondidos no ambiente e são invisíveis a olho nu.
“Para entender como funciona a infestação dos animais é preciso compreender o ciclo de vida desses ectoparasitas. Uma única pulga, por exemplo, origina de 400 a 2000 ovos por vez. No caso dos carrapatos, eles se alimentam do sangue do hospedeiro durante uma a três semanas e depois caem no ambiente, onde põem cerca de 4.000 ovos por vez. Por isso, ao encontrar um parasita no pet é muito provável que o ambiente onde o animal vive também esteja infestado”, explica a médica-veterinária e gerente de produtos da Ceva Saúde Animal, Fernanda Ambrosino.
Por isso, a melhor maneira de combater esses parasitas é investir no chamado controle integrado, que engloba uma série de medidas para o tratamento simultâneo do animal e do ambiente. Dessa forma será possível eliminar as pulgas e carrapatos em todas suas fases de vida. “É muito comum casos onde o controle da infestação no animal é satisfatório, mas como os parasitas continuam no ambiente, o pet acaba se reinfestando. Por isso, é fundamental que os tutores tratem tanto os animais, como o local ao mesmo tempo”, detalha Fernanda.
Este controle tem o objetivo de trazer mais eficiência para o controle das pulgas e carrapatos. Para tratar os pets o indicado é o uso mensal de produtos ectoparasiticidas (ou de acordo com a indicação em bula) e a aplicação de produtos com princípio ativo adequado para controlar e/ou prevenir a presença desses parasitas no ambiente.“É importante ressaltar, que para higienizar corretamente o ambiente, deve-se usar medicamentos específicos para esse fim. Produtos de limpeza de uso comum, como cândida, desinfetantes e removedores, não são ectoparasiticidas, portanto não tem ação contra os parasitas presentes no ambiente” detalha Fernanda.
Os transtornos causados pelas pulgas vão muito além da coceira e irritação do pet. No caso das pulgas, por exemplo, elas podem transmitir um verme chamado Dipylidium caninum que causa perda de peso, dores abdominais e diarreia, e que pode inclusive ser transmitido aos humanos (zoonose). Já os carrapatos podem transmitir diversas enfermidades, como por exemplo, a babesiose e erliquiose, ou ainda a borreliose (doença de Lyme), que também se trata de zoonose.
Já para os gatos, entre as principais complicações estão, dermatites, alterações comportamentais, anemia dependendo do grau de infestação de pulgas, além de verminoses (dipilidiose – zoonose), e doença bacteriana denominada micoplasmose.
As pulgas e carrapatos são extremamente pequenos e rápidos, por isso, podem infestar o pet de forma silenciosa em diversos ambientes, como por exemplo, em um passeio no parque. A melhor forma de evitar a ação dos ectoparasitas nos cães e gatos é a prevenção.” É fundamental que os animais façam uso frequente de produtos tópicos ou sistêmicos que auxiliam na proteção contra a ação de pulgas e carrapatos. Dessa forma é possível evitar a infestação dos pets, e auxiliar no controle ambiental dependendo do medicamento de uso tópico empregado, evitando assim uma série de doenças. O uso desses produtos deve ser feito seguindo a orientação do médico-veterinário e é imprescindível que sejam utilizados sempre pelos pets e não apenas quando visualizamos os parasitas nos animais”, finaliza Fernanda.