A última sessão da temporada 2021 do programa “Letra em Cena. Como ler…” será sobre o poeta paranaense Paulo Leminski (1944-1989), sob o olhar do músico e escritor Tony Bellotto, do Titãs. A leitura de textos de Leminski será feita por Malu Mader, atriz e esposa de Bellotto. No dia 16 de novembro, às 20h, no canal oficial do Minas Tênis Clube no YouTube, José Eduardo Gonçalves, jornalista e curador do programa literário, terá uma boa conversa com Tony sobre a obra de Leminski. Segundo o palestrante, Leminski tem “a capacidade de unir o erudito ao popular, o trágico ao divertido, sempre com uma agudeza e presença de espírito muito forte”, observa Bellotto.
Considerado por especialistas como um dos poetas mais importantes da história recente da literatura brasileira, Leminski é um dos nomes da Poesia Marginal, também conhecida como Geração Mimeógrafo. O poeta foi influenciado pela poesia concreta, que surgiu no Brasil na década de 1950 e tem como ícones os irmãos Augusto e Haroldo de Campos. O poeta curitibano foi tradutor e seguidor de Matsuo Bashô, mestre do haikai (poema curto formado por três versos) e tornou-se um grande divulgador da poesia haicaísta no Brasil. Algumas de suas poesias foram musicadas por Caetano Veloso, Moraes Moreira, Arnaldo Antunes e Itamar Assumpção.
Bellotto lembra que Paulo Leminski foi uma referência em sua formação. “Não lembro a primeira vez que li Leminski, mas nos meus anos de formação, fim da década de 1970 e início dos anos 1980, o Leminski foi uma referência muito forte. Ele fazia uma poesia transgressora e marginal, mas ao mesmo tempo popular, acessível e divertida”, explica o músico e escritor.
Bellotto observa a música implícita na obra de Paulo Leminski. “Ele tem na música a mesma virtude que tem na poesia: uma capacidade de surpreender, virando o óbvio do avesso”, afirma o guitarrista dos Titãs. O poeta, crítico e editor paulista Tarso de Melo, atesta a potência poética da canção nos textos de Leminski. “Ele aprendeu a tocar violão para compor. Isso o aproximou demais do universo dos discos, mas nunca houve contradição, em sua poesia, com o universo dos livros, tanto que várias letras aparecem em seus livros como poemas. Na verdade, não lhe interessava demarcar se um determinado texto era ‘poema’ ou ‘letra’, mas sim que o ‘poema’ tivesse o que há de melhor na ‘letra’ e vice-versa”, explica.
Tony Bellotto indica começar a leitura de Paulo Leminski pelo best selller “Toda poesia é fundamental”, afirma. O palestrante diz que “além de poeta, Leminski foi grande prosador, compositor e tradutor. Sugiro que se leia sua poesia, pois é como poeta que Leminski se faz mais incisivo”, atesta Bellotto.
Serviço
Letra em Cena on-line. Como ler Paulo Leminski
Data: 16 de novembro, terça-feira.
Horário: 20h.
Transmissão: canal oficial do Minas Tênis Clube no YouTube (youtube.com.br/minastcoficial)