Para algumas pessoas, é um projeto de vida, para outras, acontece por acaso. No entanto, o que não se pode negar é que, a cada ano, o número de mulheres que se tornam mães após os 40 anos de idade aumenta.
De acordo com o IBGE, é cada vez maior o número de mulheres que decidem ser mães após os 30 anos. Em 2019, 37,5% das mulheres que engravidaram já tinham ultrapassado essa idade. Entre 2009 e 2019, aumentou em 63,6% o número de mães na faixa etária entre 35 e 39 anos. As estatísticas mostram ainda que, entre os 40 e 44 anos, a alta no número de partos foi de 57% e, entre 45 e 49, o aumento foi de 27,2% na comparação. Já entre as mulheres com mais de 50, o crescimento foi de 55% no mesmo período.
O congelamento de óvulos com o objetivo de adiar a gravidez tem sido uma alternativa cada vez utilizada por mulheres que não querem ou não podem engravidar no momento atual. De acordo com o especialista em Reprodução Humana e Coordenador Médico da Clínica LifeSearch, Dr. Francisco de Assis Nunes Pereira, a idade ideal para a gravidez quando levamos em conta a saúde da mulher e a qualidade e quantidade dos óvulos, é entre os 20 e os 35 anos.
“Após essa idade, ocorre uma queda progressiva e acentuada na fertilidade feminina, que é consequência da diminuição da quantidade e da qualidade dos óvulos e um dos recursos para manter a possibilidade de ter filhos posteriormente é o congelamento de óvulos”, destaca. Para o especialista, o ideal é que o procedimento seja feito até os 35 anos da mulher, pois quanto mais jovem é a mulher, maiores serão a quantidade e a qualidade dos óvulos congelados, levando a maiores chances de se conseguir a gravidez no futuro. Segundo o Dr. Francisco, o congelamento não é contraindicado para mulheres com mais de 35 anos, porém as taxas de sucesso de gravidez no futuro tendem a ser menores.
Quem deve considerar congelar seus óvulos:
• Mulheres com diagnóstico de câncer que precisarão se submeter a quimio ou radioterapia
• Mulheres que, por motivos pessoais, querem adiar a gravidez.
• Mulheres que têm histórico de menopausa precoce na família.
• Mulheres que irão realizar alguma cirurgia nos ovários, pois isso pode levar a uma redução na reserva de óvulos.
Como o congelamento é feito
Dr. Francisco conta que, para congelar os óvulos, é necessário primeiramente realizar a indução da ovulação em que são utilizadas injeções diárias por cerca de 10 a 12 dias, período em que são realizadas algumas sessões de ultrassonografia para acompanhar o crescimento dos folículos ovarianos.
“Durante todo esse período, podem ser mantidas as atividades habituais da paciente. Quando se identifica o momento ideal, a coleta dos óvulos é feita sob sedação venosa, pela via vaginal, em ambiente cirúrgico. No dia seguinte, a paciente pode retornar ao trabalho”, informa o médico que acrescenta que não existe tempo máximo para que o óvulo fique congelado. Mas o ideal é que a paciente não adie muito a utilização dos óvulos, pois com o passar do tempo ela pode passar a apresentar problemas de saúde que podem dificultar a gestação.
Resultados esperados
A chance de gravidez futura com óvulos congelados é de cerca de 40 a 50%. “Quando a mulher desejar tentar a gravidez, os óvulos precisarão ser descongelados, fertilizados em laboratório e só então os embriões formados serão colocados no útero. Esse procedimento não traz nenhum aumento de risco para a saúde do bebê”, salienta.