Embora o congelamento de óvulos seja um procedimento muito mais discutido recentemente, o congelamento de sêmen é uma técnica utilizada há muito mais tempo, e também complementar às técnicas de reprodução assistida. Permite que os homens, preservem a capacidade reprodutiva após tratamentos como a quimioterapia e radioterapia para o câncer, ou cirurgias com risco de diminuição ou parada de produção espermática. Amostras de sêmen podem ser congeladas para permitir a obtenção de espermatozoides viáveis, que não foram expostos aos agentes agressores. O material preservado pode ser descongelado posteriormente e utilizado na FIV (fertilização in vitro) ou na inseminação artificial (IA). Trata-se de um procedimento simples, seguro e acessível.
O congelamento de sêmen pode ser uma opção para homens que decidem realizar uma vasectomia. Muitos têm o objetivo de evitar filhos no momento presente, mas não desejam excluir a possibilidade da paternidade de forma definitiva. Além disso, a técnica também é de grande importância para casais que já estão realizando o tratamento de reprodução assistida, permitindo o sucesso do procedimento mesmo que o homem não possa estar presente no dia da coleta de óvulos da parceira.
Para os casos de homens que não apresentam espermatozoides no sêmen e necessitam de uma aspiração ou biopsia do testículo ou epididimio para sua retirada, o congelamento é também uma excelente alternativa, pois assim não se faz necessário um novo procedimento para a retirada dos espermatozoides.
Para esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto, o doutor Marcos Sampaio, médico ginecologista da Clínica de Reprodução Humana Origen, contou algumas curiosidades sobre procedimento. Confira!
Qualquer homem pode ser submetido ao procedimento?
Sim. Conforme estabelecido na resolução 2.168 do Conselho Federal de Medicina (CFM), de setembro de 2017, não há mais idade máxima para homens congelarem o sêmen.
Quando o procedimento é indicado?
Especialmente para homens que tiveram a indicação de tratamento contra o câncer, como quimioterapia ou radioterapia; homens que querem fazer vasectomia, mas desejam manter a possibilidade da paternidade futuramente; homens que irão fazer alguma cirurgia que possa interferir na capacidade reprodutiva; homens que estão muito expostos a agentes tóxicos ou que irão fazer algum procedimento no órgão reprodutor, com remoção total ou parcial do testículo.
Por quanto tempo o sêmen pode ficar congelado?
Não existe um prazo de validade. Se armazenado corretamente, esse sêmen pode ser usado por tempo indeterminado. Vale ressaltar que existe uma perda normal de 10% de qualidade e também de número de espermatozoides. Ou seja, o sêmen permanece 90% intacto. O sêmen pode ser descongelado a qualquer momento, não sendo necessário nenhum tipo de preparo.
Quais são as etapas do procedimento?
A coleta do sêmen pode ser feita por masturbação ou por procedimento cirúrgico para retirada dos espermatozoides do testículo ou do epidídimo, caso o homem tenha contagem reduzida ou ausência de espermatozoides no sêmen.
Após a coleta, o sêmen é encaminhado para laboratório especializado no congelamento.
O material é resfriado em nitrogênio líquido até os 196 graus negativos. Recomenda-se que sejam armazenadas diferentes amostras do sêmen.
Após o congelamento total, o material é numerado, registrado e armazenado até o momento que o paciente decidir utilizar para fazer a fertilização.
Quais são os tipos de banco de sêmen?
O banco de sêmen pode ser tipo 1 (com estrutura só para o congelamento) ou tipo 2 (clínica de congelamento dentro de uma clínica de reprodução). Ambas são boas e confiáveis no Brasil. Fora as amostras congeladas para uso próprio, no banco de sêmen também são armazenadas amostras de doadores que serão utilizadas por casais cujo homem não produz espermatozoides ou por mulheres sem parceiro.
Link Comunicação Empresarial
Jaqueline da Mata
jaqueline.mata@linkcomunicacao.com.br
(31) 2126-8053