Camila Paiva é Gerente de RH da Pontaltech, empresa especializada em soluções integradas de voz, SMS, e-mail, chatbots e RCS.
Jonathan Franklin atua na área de Recrutamento e Seleção na Pontaltech, empresa especializada em soluções integradas de voz, SMS, e-mail, chatbots e RCS. Também é responsável pela implantação do projeto de Diversidade e Inclusão na companhia.
A preocupação em criar um ambiente de trabalho diverso e inclusivo está ganhando cada vez mais força no mundo corporativo. Há anos este tema é abordado, inclusive com datas que ressaltam essa importância, como o Dia do Orgulho LGBTQIA+, que é celebrado em 28 de junho. Mesmo assim, ainda vemos fortes barreiras a serem quebradas – afinal, não basta estabelecer políticas de incentivo à contratação desses profissionais, sem a preocupação em transformar o dia a dia da organização.
Infelizmente, os desafios encontrados por esse público no mercado de trabalho ainda não são enormes. Em uma pesquisa feita pela consultoria de engajamento Santo Caos, 61% dos profissionais LGBTQIA+ brasileiros entrevistados disseram que escondem sua orientação sexual em suas empresas. Para piorar, 41% dos gays afirmam terem sofrido discriminação em seu ambiente de trabalho por sua identidade de gênero.
A falta de conscientização da importância da inclusão em um ambiente de trabalho pode ser fator determinante para uma péssima imagem da empresa – não somente perante os concorrentes, mas principalmente para os clientes. Os novos consumidores prezam e dão preferência por organizações diversas, que se preocupam em incentivar a vinda desses profissionais e em estimular uma cultura de respeito entre todos.
Ser uma empresa diversa não significa somente contratar profissionais LGBTQIA+, mas sim respirar isso todos os dias. Não adianta colocar um logo colorido nas redes sociais, se a cultura não for algo real na empresa. Vivemos em um mundo que preza por um equilíbrio e, para isso, não temos que trabalhar com igualdade, mas sim com equidade – reconhecendo essas diferenças entre cada pessoa e lutando para que todos tenham as mesmas condições e oportunidades.
Uma política ética e inclusiva é vantajosa para toda a cultura organizacional. Uma empresa onde todos se sentem importantes, valorizados e sem preocupações em serem discriminados por serem eles mesmos, gera mais conexão e empatia entre os times. Quando somos bem acolhidos e respeitamos nossos colegas, nos sentimos mais felizes no ambiente de trabalho. Cria-se um cenário inspirador para a expansão da mente, criatividade, produtividade e, consequentemente, para a visão de novas oportunidades de negócios.
Com essa cultura interna, ainda é possível aperfeiçoar os canais de atendimento, tornando-os mais humanizados. Ter diferentes personalidades, hábitos e crenças é fundamental até para a criação de chatbots, que usam a inteligência artificial para automatizar o relacionamento com os clientes. Empresas que não contam com um time diverso, dificilmente conseguirão desenvolver boas estratégias para esses canais de comunicação. É preciso estar preparado para lidar com os mais diversos públicos e suas necessidades.
Para aqueles que ainda não encontraram o melhor caminho para iniciar essa jornada de inclusão, existem diversas plataformas online e ONGs que podem ser excelentes parceiros na atração desses talentos. Mas é preciso se atentar para desenvolver essas ações continuamente, e não apenas em casos pontuais.
O Dia do Orgulho LGBTQIA+ representa o espelho da nossa sociedade, e mostra que quanto mais falarmos sobre isso, mais as empresas irão estimular um ambiente de trabalho inclusivo. O foco está em fornecer todo o apoio necessário para que os funcionários sejam eles mesmos, sem medo ou preocupações, de forma que se sintam mais confortáveis. Uma coisa é certa: quando um funcionário se sente contente em seu trabalho, o consumidor sentirá essa sensação na entrega do produto ou serviço prestado com maior qualidade.