A primeira preocupação dos pais, após o parto, é sobre a saúde do bebê e, assim que ele nasce o pediatra faz uma rápida consulta antes de entregar o filho para os braços da mãe, mas, só após a realização de exames mais aprofundados é feito diagnóstico mais completo que irá refletir na qualidade da saúde da criança. O Teste do Pezinho é um desses exames que são cruciais para o recém-nascido, pois permite o diagnóstico precoce de doenças graves que não têm manifestações aparentes nos primeiros dias ou semanas de vida e que podem comprometer seriamente o desenvolvimento ou até levar à morte. Ele é obrigatório e gratuito no Brasil, por meio do Sistema Único de Saúde, e desde 2001 faz parte do Programa Nacional de Triagem Neonatal.
Existe outro tipo de exame, chamado Teste Expandido do Pezinho, ou Superteste do Pezinho que, embora tenha a mesma essência do teste básico, é diferente entre as doenças rastreadas e os métodos de triagem. O Professor de Pediatria do Centro Universitário São Camilo – SP, Marcelo Iampolski, explicou as diferenças e a importância de cada um desses exames. “O Teste do Pezinho básico é realizado coletando o sangue do calcanhar do bebê, sendo feito na maternidade, 48 horas após o nascimento e pode detectar doenças mais prevalentes de erros inatos do metabolismo, como Hipertireoidismo Congênito, Hiperplasia Congênita de Adrenal, Fibrose Cística, Fenilcetonúria e Anemia Falciforme A maior parte dessas doenças não apresenta sinais e nem sintomas no nascimento, mas a partir de 30 dias de vida elas podem começar a se manifestar e muitas dessas lesões acabam sendo irreversíveis”, explicou o professor Iampolski.
Segundo ele, no Teste do Pezinho Ampliado é possível identificar 10 doenças de erros inatos do metabolismo e é dever do SUS garantir o acesso do paciente à revisão deste exame, quando indicado, possibilitando o acesso do recém-nascido ao exame. O Programa Nacional de Triagem Neonatal também prevê o exame para a detecção de uma lista doenças a serem rastreadas, que é atualizada periodicamente pelo Ministério da Saúde. “Existe ainda o teste do Pezinho Superamiado, que possibilita detectar entre 50 a 60 doenças genéticas, metabólicas e endocrinológicas. “Quando ampliamos esse leque, passamos a trabalhar com doenças cada vez mais raras e infrequentes em nosso meio, por isso a solicitação dos testes deve ser feita com critério médico para investigação”, disse. Ele avaliou que esse tipo de exame mais aprofundado de amplo espectro deve ser reservado a situações em que não é possível detectar o diagnóstico anterior em pacientes que estão apresentando sintomas. Alguns Estados do País passaram a oferecer o teste ampliado em sua rede pública, de acordo com a política de Saúde local, mas ele também pode ser feito em laboratórios e clínicas particulares.
O professor Iampolski destacou que o diagnóstico precoce é fundamental, já que não existe cura para essas doenças e ressaltou que com a intervenção precoce é possível evitar complicações irreversíveis da doença e fornecer ao paciente uma vida saudável e plena com os cuidados necessários de cada doença, possibilitando que ele atinja todos seus potenciais .