De 15 a 17 de dezembro, o Festival Baderna – edição Cozinha e Conta: Taioba – apresenta a cultura mineira por meio de pratos preparados tendo como ingrediente principal a taioba. Em formato digital, o evento é realizado 100% por mulheres mineiras, uma forma de fomentar a participação e importância feminina na produção feita aqui. O evento vai celebrar a cidade de BH e a hortaliça.
A taioba – de nome tupi – é uma planta comestível que tem origem nas Américas Tropicais, muito apreciada pelos mineiros, um dos símbolos da nossa gastronomia. Cultivada nos quintais, jardins e hortas confere identidade há muitos pratos elaborados na cozinha do Estado.
Quatro cozinheiras foram convidadas para ensinar a receita de um prato com taioba. Cada uma delas vai representar uma região de BH reconhecidamente importante para o turismo: Pampulha, Santa Tereza, Mangabeiras e Circuito Liberdade. São elas: Mariana Gontijo, Anna Carla Loureiro, Elisangela Silva (Iaiá) e Maria Marta (Martinha).
Além disso, o Festival também conta com a participação de Carolina Ministério, pesquisadora, professora, mediadora e produtora cultural, historiadora da Casa Fiat de Cultura, que vai falar sobre a taioba. Ela pesquisou sobre a hortaliça como patrimônio imaterial da culinária mineira.
“Em 2021, idealizamos – Carolina Serdeira, Perla Horta, Renata Chamilet e eu -, o Festival Baderna, uma produção cultural realizada 100% por mulheres. No ano passado, pensamos em um formato diferente, que pudesse falar sobre a culinária mineira. Daí surgiu a ideia de trabalharmos com a Taioba, essa planta dos nossos quintais, com alto valor nutritivo, que é também substantivo feminino. Junto com a Taioba veio a vontade de homenagear a nossa BH, chamar as pessoas para ver como é linda a cidade. Pronto, juntamos tudo e nasceu o Festival Baderna, conta e cozinha: taioba”, explica Juliana Nogueira, uma das organizadoras do festival.
Os pratos e as cozinheiras
Mariana Gontijo vai apresentar o prato “Jardim de Taioba”, uma crepioca de taioba com ovo, linguiça artesanal e molho de pequi. Mariana é cozinheira, quitandeira, consultora de projetos gastronômicos e professora de gastronomia, com foco nos conceitos de cultura alimentar, comércio justo, sociobiodiversidade, agricultura familiar e agroecologia. É membro do movimento Slow Food Internacional e ativista pelo protagonismo e valorização feminina na cozinha. É também criadora e chef do Restaurante Roça Grande e idealizadora d’O TACHO – Centro de Cultura Alimentar. Ela representa o Circuito Liberdade.
Já Anna Carla Loureiro vai mostrar um “Badejo com camarões grelhados na manteiga, purê de batata doce roxa e pesto de taioba”. Nasceu no Rio de Janeiro, formou-se em Jornalismo pela UFMG e atuou como produtora executiva na área fonográfica por vinte e cinco anos. Depois, migrou para a Gastronomia graduando-se em 2007. De lá para cá, trabalha como chef de cozinha no seu próprio buffet: Anna Loureiro Gastronomia. Ela representa o Mangabeiras.
Maria Marta vai ensinar a receita de uma “Galinhada com Taioba”. Ela, mulher negra, mãe, é cozinheira nascida em Bocaiúva. Seu primeiro emprego foi em um bar no bairro Esplanada, onde teve o primeiro contato com a cozinha e, depois disso, não largou mais. Logo, mudou-se para o bairro de Santa Tereza e começou a trabalhar no Bar Bocaiúva, onde permaneceu nos últimos 22 anos. Muito curiosa, sempre procurou fazer cursos na área para ir criando seu próprio tempero. Ela representa o bairro de Santa Teresa.
A Elisangela Silva, conhecida como Iaiá, vai ensinar a fazer uma “Trouxinha de Taioba com Ragu de cordeiro”. Ela chegou a BH com 16 anos, quando começou a trabalhar como babá na casa do médico chamado José Artur. Depois, quando as meninas cresceram, ela foi se envolvendo mais com a cozinha, tendo mais curiosidade e, o José Arthur percebendo isso, começou a lhe ensinar os truques da cozinha. “Tudo que eu faço, gosto de fazer com muito amor, porque sem ele, nada existe”, comenta. Representa a região da Pampulha.
O Festival
Composto 100% por mulheres, o Baderna teve sua estreia em junho de 2020, com recursos da LAB. Recebeu este nome em homenagem à bailarina italiana Marieta Baderna, que mudou para o Brasil, no século XIX, revolucionando a cultura quando levou para o teatro a mistura da dança clássica com a dos negros brasileiros. O apoio é do Fundo Estadual de Incentivo à Cultura de MG. Pensado como um lugar de escuta e acolhimento, o Festival Baderna traz a cumplicidade feminina para a ação coletiva de fazer cultura.
Os vídeos do Festival serão divulgados no canal do Baderna do YouTube (https://www.youtube.com/@festivalbaderna1868).
Ficha Técnica
Cozinheiras: Anna Carla Loureiro, Elisangela Silva (iaiá) , Mariana Gontijo, Maria Marta (Martinha)
Palestrante Convidada: Carolina Ministério
Idealização: Carolina Serdeira, Juliana Nogueira, Perla Horta e Renata Chamilet
Gestão administrativa: Iris Prates
Coordenação geral: Juliana Nogueira
Produção executiva: Perla Horta
Assistente de produção: Roselane Andrea
Assessoria de imprensa: Bicalho Comunicação
Social mídia: Mariana Ferreira
Designer: Ana Cristina Gonçalves
Vídeo e edição de imagens: Ana Paula Pedersoli
Trilha Sonora: Luisa Mitre “Chegada”
Serviço
Festival Baderna: Cozinha e Conta: Taioba
De 15 a 17 de dezembro
Online, no Youtube do Festival Baderna
Programação:
15/12: Quinta, 17h – Abertura do Festival com palestra da Carolina Ministério
16/12: Sexta, 10h: Receita da Mariana Gontijo;
17h: Receita da Maria Marta
17/12: Sábado: 10h: Receita da Ana Carla;
17h: Receita da Elisangela (Iaiá)
Instagram do evento: @festivalbaderna