LER é a sigla que se refere a ‘Lesões por Esforços Repetitivos’ e representa um grupo de afecções do sistema musculoesquelético, não corresponde, portanto, a apenas uma doença ou enfermidade. O médico reumatologista, Gustavo Balbi, esclarece que essas afecções se manifestam de formas diversas, com variações de intensidade.
Quando questionado sobre a transição da sigla LER para DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), o reumatologista destaca duas razões fundamentais. “Primeiramente, grande parte dos trabalhadores com sintomas no sistema musculoesquelético não apresenta evidência óbvia de lesão em qualquer estrutura. Além do esforço repetitivo, outros tipos de sobrecargas no trabalho podem ser nocivos para o trabalhador, como sobrecarga estática, excesso de força empregada e o uso de instrumentos que transmitam vibração excessiva.”
Os distúrbios osteomusculares ocupacionais mais frequentes, segundo Balbi, incluem tendinites (ombro, cotovelo e punho), lombalgias (dores na região lombar) e mialgias (dores musculares) em diversos locais do corpo. Contudo, ressalta que nem todo trabalhador com dor ou outros sintomas é automaticamente portador de LER ou DORT.
“Sintomas como dor, dormência, formigamento, sensação de pontadas ou agulhadas, diminuição da força, sensação de peso ou cansaço nos membros, inchaço, dificuldade de movimentação, desconforto, entre outros, podem ser decorrentes de diversas condições não relacionadas às sobrecargas biomecânicas no ambiente de trabalho. Muitos distúrbios reumáticos, imunológicos, hormonais, metabólicos, ortopédicos, neurológicos ou infecciosos podem ser responsáveis por sintomas que simulam um distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho”, enfatiza.
Balbi também destaca a importância de procurar um médico reumatologista para um diagnóstico preciso e uma estratégia terapêutica adequada. O entendimento correto dessas condições é vital para a promoção da saúde e o bem-estar dos trabalhadores, contribuindo para ambientes laborais mais seguros e saudáveis.