O Brasil é o quinto país que mais envia alunos para estudar nas universidades e escolas dos EUA, aponta uma pesquisa inédita elaborada pelo escritório de advocacia imigratória AG Immigration com base em dados oficiais do Serviço de Imigração e Controle Alfandegário (ICE) americano.
Em 2022, mais de 1,3 milhão de estudantes internacionais estavam ativamente matriculados nas instituições de ensino dos EUA por meio dos vistos F-1 e M-1, destinados a esse propósito. Cerca de 37,9 mil – ou 2,78% do total – eram alunos oriundos do Brasil, colocando o país atrás apenas de China (324 mil), Índia (297 mil), Coreia do Sul (62 mil) e Canadá (37 mil). Aproximadamente, 90% do total de estrangeiros vai aos EUA para realizar cursos de educação superior, como bacharelados, mestrados e doutorados – que envolvem um programa acadêmico. O restante inscreve-se em cursos vocacionais ou profissionalizantes, como academias de formação de pilotos de avião e ministérios religiosos.
De acordo com a pesquisa, a quantidade de brasileiros matriculados nos programas acadêmicos de escolas e universidades americanas em 2022 cresceu 12,9% em relação a 2021, quando o Brasil também foi o quinto colocado no ranking de países com mais alunos internacionais nas instituições de ensino dos EUA. Em 2017, porém, ano em que se inicia a série histórica, o país era apenas o oitavo. “Há dois fenômenos a serem observados a partir desses números. Por um lado, a maior inserção dos brasileiros nas universidades americanas é resultado dos investimentos realizados pelo Brasil nos últimos 20 anos para ampliar o acesso da população ao ensino superior. Ou seja, forma-se hoje uma quantidade muito maior de bacharéis, mestres e doutores, que vão para os EUA para realizar ou concluir seus estudos. Por outro lado, há também um movimento de fuga de cérebros. Esses alunos internacionais comumente recebem, nos anos finais de seus cursos, ofertas de emprego infinitamente superiores às que eles encontrariam em seu país de origem, estimulando-os a ficar nos EUA”, analisa Rodrigo Costa, CEO da AG Immigration, empresa com sede em Washington, D.C. e especializada em green cards, vistos de trabalho e expatriação de executivos para a América.
O executivo pondera ainda que o número de brasileiros estudando nos EUA poderia ser muito maior se não fosse o percentual baixo de pessoas no país com proficiência em inglês. A pesquisa da AG Immigration não contabiliza alunos que vão aos EUA para fazer cursos de idioma ou intercâmbio cultural, geralmente por meio dos vistos B1/B2 ou J-1.
Faculdades mais populares
Em 2022, a Universidade de Nova York foi a que mais recebeu os estudantes ativamente matriculados em programas acadêmicos, com 22,2 mil alunos. A instituição é seguida pela Universidade Northeastern (21,8 mil), Universidade de Columbia, em Nova York (20,8 mil), Universidade do Sul da Califórnia (18,6 mil) e a Universidade Estadual do Arizona (15, 8 mil).
Entre as áreas do conhecimento mais buscadas pelos alunos internacionais está a Ciência da Computação (91 mil matrículas), habilitações em idiomas que não o inglês (89,2 mil), Administração (81,7 mil), Ciência da Informação e da Computação (63,9 mil) e Engenharia Elétrica e Eletrônica (37,8 mil).
Já em relação aos alunos ativamente matriculados em cursos profissionalizantes e vocacionais, a academia de aviação CAE Phoenix lidera a lista, com 776 estudantes internacionais, seguida por e duas unidades da Escola de Ministério Sobrenatural da Igreja Bethel, uma com 646 inscrições e a outra com 466.
Países com mais alunos matriculados nos EUA – 2022
1. China: 324.196
2. Índia: 297.151
3. Coreia do Sul: 62.617
4. Canadá: 41.392
5. Brasil: 37.904
6. Vietnã: 29.742
7. Japão: 26.519
8. Taiwan: 26.225
9. Arábia Saudita: 24.485
10. Nigéria: 22.935