A maternidade sempre envolve diversos desafios. Conciliar a convivência familiar com a vida profissional é um dos principais. Se as mães são empreendedoras, então, como a Cíntia Regina dos Santos, a Sueli Oliveira e a Mariana Vidal, parece que o trabalho se multiplica. À frente da gestão – e, muitas vezes, da cozinha também – de estabelecimentos participantes do concurso Comida di Buteco 2023, em Belo Horizonte, elas precisam ter energia, disposição, coragem, “jogo de cintura” e uma importante rede de apoio para garantir o sucesso dos bares e, ao mesmo tempo, os cuidados necessários para os filhos, especialmente os pequenos.
Atualmente, quase metade dos concorrentes da 23ª edição do Comida di Buteco 2023, em BH, têm mulheres como proprietárias ou sócias, sendo que boa parte delas são mães. Assim, de modo geral, experimentam as mesmas dores e delícias que as três empresárias. Enquanto falta a presença materna nos horários da noite, aos finais de semana e feriados, por exemplo, sobra amor, carinho e dedicação. “Não é fácil, porque os desafios são diários e ininterruptos. A gente vai se virando dia após dia, pois é o que sabemos fazer de melhor. Em contrapartida, com o bar, conseguimos proporcionar tudo de necessário para nossos filhos. Estamos nessa linha de frente há 22 anos”, afirma a sócia do Boi Bento, Mariana Vidal.
Ela comenta que o primeiro ano do filho Hugo, hoje com 5 anos, foi especialmente difícil, porém contou – e conta ainda – com apoio do marido e da própria mãe, Gilda Vidal, sua sócia no estabelecimento, localizado no Bairro Santa Lúcia. Além disso, Hugo está habituado com o ambiente do Boi Bento, onde passa algumas horas do dia, inclusive, para fazer o “dever de casa” enviado pela escola.
A rotina de Cíntia Regina dos Santos, que divide a gestão do Bar da Cíntia, em Venda Nova, com os cuidados com as filha Emanuelle, de 5 anos, é bem parecida. “É uma maratona ser mãe e empreendedora. Temos que abraçar o mundo. O mais difícil é organizar quem vai ficar com a criança, quando saímos para trabalhar. Muitas vezes, vem para o bar junto comigo”, relata. Em geral, ela tem a sogra, as irmãs e o pai da menina como principal rede de apoio, além do filho mais velho, já com 21 anos. “Minhas irmãs, por exemplo, olham minha filha no final de semana. Entrego todas as sextas-feiras e busco no domingo de manhã. Minha mãe, que faleceu de Covid, também colaborou muito com esse sonho”, explica.
No Koqueiros Bar, a profissão da proprietária Sueli Oliveira acabou unindo a família ainda mais, atrás do balcão do buteco, localizado no bairro Sagrada Família. A filha mais nova, Carolina Braytner, aos 15 anos, já saía do colégio direto para ajudar a mãe no atendimento aos clientes. Hoje, aos 27, é sócia de Sueli. O filho mais velho, Diego, também esteve com a mãe durante toda a jornada e se ausentou recentemente do dia a dia do empreendimento familiar. “Meus filhos são meu maior tesouro. Sempre foram as pessoas que mais me apoiaram e ajudaram. Sem a nossa união, nada disso seria possível”, garante.
Trabalhar ao lado da filha, particularmente, é um momento muito especial para Sueli. “O nosso trabalho acaba sendo a continuação da convivência em casa. Descobri que tenho uma grande amiga/companheira de verdade, alguém que se preocupa com meu bem-estar e sempre oferece para ajudar em todos os sentidos”, afirma. No entanto, Sueli também não teve vida fácil, embora tenha aberto o Koqueiros quando os filhos já não eram crianças. “Os maiores desafios que enfrentei foram o medo e insegurança. Ser mãe, esposa, cuidar da casa, dos filhos e trabalho. Tudo exige muita dedicação, amor e esforço. Achamos que não vamos conseguir, mas o apoio e dedicação dos filhos nos motiva a continuar essa jornada”, conclui.
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