Na última quinta-feira, 3 de dezembro, foi comemorado o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. Para reforçar a importância de garantir uma vida digna e justa, por meio da facilitação e da adoção de medidas empoderadoras aos cidadãos com deficiência, o Instituto Mano Down realizou um evento na Casa Modelo Mano Down para apresentar os resultados da pesquisa quantitativa que mapeou a incidência de pessoas com deficiência, e, em especial, com síndrome de Down em Belo Horizonte. O estudo foi realizado em parceria com o Instituto Vox Populi.
A análise mostra que dos mais de 2,5 milhões dos cidadãos residentes em Belo Horizonte, 118.837 possuem pelo menos um tipo de deficiência, esse número representa 4,7% da população..
Para Leonardo Gontijo, idealizador e presidente do Instituto Mano Down, a pesquisa é um marco histórico na luta em prol das pessoas com deficiência. “O estudo se apresenta como pioneiro ao mostrar dados nunca antes vistos pela população mineira. A invisibilidade humana mata, e um abraço ou apoio pode salvar vidas. Fizemos essa pesquisa para ampliar nossa missão de ajudar mais pessoas e proporcioná-las oportunidade. Precisamos mudar a palavra inclusão para oportunidade, pois pessoas não são dados, não são estatísticas, pessoas transformam o mundo e precisam ser legitimadas como são e não como gostaríamos que elas fossem”, pontua.
Foram utilizados dois tipos de amostragem: Probabilística e Internacional – Famílias Down. Na amostra probabilística foram realizadas em 173 bairros de todas as regiões administrativas da capital mineira. Os entrevistadores percorreram 189 setores censitários e entrevistaram 2.249 domicílios, sendo obtidas informações sobre 6.790 indivíduos. Ao todo, identificamos 320 indivíduos com pelo menos um tipo de deficiência , sendo 16 pessoas com Síndrome de Down.
Síndrome de Down
Já a amostra intencional – Famílias Down foram realizadas 129 entrevistas. Para obter uma base maior de informação sobre a Síndrome de Down, foi feita uma amostragem intencional, ou seja, o Vox Populi procurou intencionalmente por famílias com pessoas com Down. As entrevistas foram realizadas a partir de indicações e abordagem aleatória em centros de tratamento voltados para este tipo de deficiência, inclusive do próprio Mano Down.
A amostra probabilística (aleatória) registrou 16 casos de pessoas com Down e a intencional encontrou 145 casos. Dos entrevistados, 55,2% são mulheres e 44,8% são homens. Em relação à idade, 53,4% tem até 12 anos, 13,8% de 13 a 18 anos, 13,1% de 19 a 29 anos, 5,5% possuem 49 anos e 1,4% tem 50 anos ou mais. Sobre a estrutura familiar, 99,8% mora com duas ou mais pessoas e 6,2% mora com uma pessoa.
Dos entrevistados, 57,9% estudam atualmente e 42,1% não estudam. Quando questionados sobre a escolaridade, 9,7% cursam ou cursaram o ensino médio, 44,2% o ensino fundamental, 18,6%creche/pré-escola, 2,1% superior incompleto/completo, 14,5% não frequentou a escola e 11% não está em idade escolar.
Sobre a ocupação, 11,1% estão empregados com carteira assinada 2,2% desempregado há menos de 1 ano, 13,3% estagiários, 6,7 desempregado há mais de 1 ano, 46,7% são estudantes, 13,3% aposentados ou pensionista, 20% não trabalham mais e nem estudam. A renda familiar de 39,3% é de dois a cinco salários mínimos, 34,5% mais de cinco salários mínimos e 26,2% até dois salários mínimos.
Características da deficiência
Dos entrevistados, 78,6% têm apenas Síndrome de Down e 21,4% têm Down e outras deficiências. Quando avaliado o nível de dificuldade para se comunicar, trabalhar e entre outros 71,7% possuem alguma dificuldade, 22,8% muita e 5,5% não consegue se comunicar de modo algum. Das pessoas com Down 42,6% possuem grau médio de autonomia, 27% alto e 22,7% baixo.
Não possuem apoio familiar 1,1% dos respondentes, 36,3% contam com ajuda do cônjuge, 22,3% de outros parentes, 4,1% de empregados e 5,2% de todos os familiares.
Somente em 16,3% do diagnóstico da Síndrome de Down foi feito na gravidez e 82,3% após o parto. O acompanhamento de pré- natal da gravdidez da mãe foi feito no Sistema Único de Saúde (SUS) em 26,4% das famílias entrevistadas, 68,2% particular e 4,7% não tiveram acompanhamento. O estudo apontou que o custo médio com acompanhamento de saúde da pessoa com Síndrome de Down é de R $1.576,13, além disso, 80,1% das famílias não recebem auxílio do governo.
Dos entrevistados, 37,6% já sofreram algum tipo de preconceito ou discriminação em relação à Síndrome de Down. Foi apontado que 30,5% das escolas não estão preparadas para receber alunos com Down e demais deficiências.
Deficiência visual
Das pessoas com deficiência visual, 59,2% são do sexo feminino e 40,8% masculino. A idade média dos entrevistados é de 58 anos, sendo 51,3% com 60 anos ou mais, 27,6% de 30 a 59 anos e 19% de 13 a 29 anos. Moram sozinhos 10,5% dos entrevistados, 18,4% com uma pessoa e 71,1% com duas ou mais pessoas.
A pesquisa apontou que 82,9% não estudam atualmente. Sobre a ocupação, 49,3% são aposentados ou pensionistas, 7,2% são empregados com carteira assinada, 7,2% autônomos e 12, 7% estão desempregados.
Deficiência auditiva
Das pessoas com deficiência auditiva, 32 são homens e 32 mulheres; 62,7% possui mais de 60 anos, 29,7% de 30 a 59 e 7,8% até 19 anos. A pesquisa apontou que 14,1 % das pessoas moram sozinhas e 86% moram com outras pessoas. Em relação à ocupação, 63,3% são aposentados ou pensionistas, 16,7% possuem emprego fixo, 6,7% autônomos e 6% estão desempregados.
Deficiência física – mobilidade e motora
A pesquisa entrevistou 99 pessoas com deficiência de mobilidade, sendo 64,7% mulheres. A análise apontou que 65,7% possuem 60 anos ou mais, 29,3% de 30 a 59 anos e 5% até 18 anos. Dos entrevistados 86,9% moram com mais de uma pessoa. Sobre escolaridade, 18,2% não frequentou escola, 53,5% até o ensino médio, 19,2% ensino médio e 9,1% superior. Apenas 5,3% possuem emprego com carteira assinada, 8,5% estão desempregados e 67% são aposentados ou pensionistas.
A pesquisa aponta que 62,6% dos entrevistados têm deficiência de mobilidade e outras deficiência e 37,44% têm apenas deficiência de mobilidade.
Autismo
Dos entrevistados, 24 pessoas possuem autismo, sendo 68,3% homens. A média de idade é 21,9 anos, sendo 39% até 12 anos; 56,1% estudam atualmente, 11,1% estão empregados e 38,9% são aposentados ou pensionistas. Das pessoas com transtorno do Espectro do Autismo 53,7% têm apenas autismo e 46,3% têm autismo e outras deficiências.
Deficiência intelectual
O entrudo entrevistou 50 pessoas com deficiência intelectual, sendo que 53,7% são mulheres. Apenas 6% moram sozinhas. Sobre a idade, 49,2% possuem até 18 anos, 28% de 30 a 59 e 17,9% possuem 60 anos ou mais. 31% dos entrevistados estudam atualmente. Em relação à ocupação, 18,4% possuem ocupação. 44,7% são aposentados ou pensionistas e 10,5% estão desempregados.
Transtorno mental
Foram identificadas 65 pessoas com transtorno mental, sendo com 65,4% mulheres; 49,4% possuem de 30 a 59 anos, 15,2% de 19 a 29 anos e 28% possuem 60 anos ou mais; 91,7% moram com mais pessoas; 85,2% não estudam.
Dos entrevistados, 20,5% possuem emprego fixo,16,9% estão desempregados, 10,8% são donas de casa e 27,3% aposentados ou pensionistas.
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Izabelle Vasconcellos
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