As teorias do marketing ensinam que “Todo o artista tem de ir aonde o povo está”. Ou seja, o mercado precisa estar atendo aos movimentos dos consumidores para saber como atender às suas demandas. Com o advento da pandemia foi recomendado que a população fique em casa. E, com isto, o relacionamento direto cliente empresa caiu a níveis quase zero. Demorou um pouco para entender esta mudança, mas assim que foi absorvido, as empresas perceberam que utilizar as plataformas digitais para fortalecer o relacionamento com seu cliente, era a melhor forma de agir. Assim, surgiram as Lives, que são palestras, encontros, apresentações artísticas através das redes sociais. O mundo dos negócios entrou na casa das pessoas para dizer, estamos juntos. Mas qual o resultado que estas Lives estão trazendo e como podem gerar negócios no presente e para o futuro?
“É uma “nova” forma de comunicação onde conseguimos alcançar um número maior de pessoas interessadas nos temas propostos. Além de clientes da empresa, outros produtores têm acesso às informações e podem assistir em suas casas. É muito mais interessante do que uma reunião presencial em um sindicato rural, por exemplo”. Com esta afirmação o agrônomo e diretor executivo da Geoplan Soluções em Agronegócio, Cristiano Gotuzzo relata a sua experiência com o que se pode chamar de um novo modelo de negócio, que são as palestras via internet.
Ele acrescenta que este formato está trazendo resultados bem interessantes. “A gente fortalece o relacionamento com clientes e produtores rurais que passam a nos conhecer melhor, tanto que tem vários contatos pós-live, para ter mais alguma informação, mas também com o objetivo de contratar os serviços da empresa”, ressalta, acrescentando que é um modelo que provavelmente veio para ficar, principalmente, porque reduz muito os custos operacionais.
A gerente de marketing da Fertiláqua, Vanessa Barcelli disse que optaram por fazer as lives para estar próximo dos produtores, clientes e revendas neste momento de pandemia, em que o acesso pessoal está bastante limitado. “O objetivo é levar conteúdos técnicos voltados ao agronegócio; os temas vão desde tratamento de solo até a colheita final. Dessa maneira podemos estar “presente”, levando informações que seriam tratadas diretamente no campo. nas lives falamos de tecnologias e/ou manejos”, disse ela. Em concordância com Vanessa, a gerente de marketing e comunicação da Koppert Brasil, Jaqueline Antônio, disse que os eventos digitais se tornaram ferramentas imprescindíveis de comunicação nesse momento de isolamento social, permitindo que as marcas pudessem se conectar e continuar se relacionando com os clientes.
A especialista em marketing digital e Head de estratégia da Plin Digital, Mariana Petek, afirma que as lives vieram como um recurso que as empresas, entidades e pessoas encontraram para ir ao encontro do seu cliente a fim de mantê-lo por perto ou ainda, como forma de prospectar novos negócios. “Mas a questão agora é o que fazer com todo este conteúdo que está sendo produzido, qual a estratégia vai ser usada para engajar o público e mantê-lo perto da marca”, pergunta Mariana.
Segundo ela para manter “a roda girando” vai ser importante postar o conteúdo em video que foi feito, no youtube, no facebook, no Instagram ou no igtv (se for maior do que 1 minuto). A segunda dica é se a empresa/instituição tiver um mailing organizado, comunique para seu público, por e-mail, que seu canal do youtube está atualizado com mais um material e, finalmente, “mantenha seu público engajado com o conteúdo nos stories”, aconselha a especialista. O profissional de marketing digital, Valter Azevedo concorda com a visão de Mariana e avança um pouco mais. “É preciso ter uma estratégia de produção de conteúdo que permita criar um sentimento de que você foi mais que uma empresa querendo um cliente, foi a mão amiga nesta hora se a empresa for da área de serviço. Se for um e-commerce, é hora de turbinar as lives para mostrar quais soluções a empresa tem para atender às necessidades do cliente que não está podendo sair para fazer compras nas lojas”, finaliza.