O grande desafio que muitos segmentos estão sentindo atualmente com a necessidade de adotar modelos de negócios que sejam realmente eficientes no ambiente digital, a indústria da música já viveu e, como poucas, conseguiu superar de forma surpreendente. Uma das provas desse sucesso é a receita superior a US$20 bilhões registrada em 2019, de acordo com o IFPI, da qual mais de 56% vem das plataformas de streaming.
Uma das líderes desse mercado, a Sony Music Entertainment Brasil, que foi pioneira quando o movimento da digitalização começou e, já em 2015, passou a atuar com foco total no ambiente digital, saiu na frente mais uma vez com a implementação de uma gestão baseada em dados, reforçando assim a assertividade na tomada de decisões.
Músicas mais ouvidas, talentos em ascensão, faixas preferidas por determinado perfil de consumidor e região. Esses e outros indicadores relevantes para a estratégia da gravadora, são realmente valiosos para a Sony Music pois estão inseridos em um projeto estruturado de cultura de dados, implementado há pouco mais de um ano, e que entrega resultados expressivos para a companhia.
“Desenvolvemos uma nova forma de trabalhar as informações sobre consumo e tendência que temos disponíveis a partir das plataformas de streaming. O modelo que implementamos une áreas estratégicas – como A&R (que atua na busca de novos talentos), Vendas, Digital e Marketing – para a análise conjunta desses dados e, com uma rotina de troca constante, conseguimos tomar decisões mais assertivas em relação a investimentos e lançamentos, por exemplo”, explica Wilson Lannes, vice-presidente da Sony Music Brasil. ”Com o projeto tivemos um ganho de market share de 30% em dois anos, que é um resultado fabuloso em um mercado que cresce a 30% e já passa de um bilhão de reais”, comenta.
De acordo com o executivo, o diferencial da gestão adotada é a visão estratégica da companhia para o BI (Business Intelligence), que traduz efetivamente os dados em insights mais simples e claros para serem trabalhados pelos times. “A integração da área de BI com os demais departamentos da Sony Music transformou a área em um HUB para toda a empresa. Com todos olhando juntos para dados, resultados e tendências conseguimos unir as possibilidades que temos com a interpretação dos indicadores ao feeling dos profissionais, tão importante na nossa indústria. Com isso, os resultados positivos vieram rápido, impactando o faturamento da empresa, o ganho de participação nos rankings de músicas mais tocadas do Brasil, a captação de artistas potenciais e o momento certo de investir em faixas promissoras”, completa Lannes.
Na prática, o uso e interpretação de dados de consumo e um entendimento mais amplo do mercado deu para a Sony Music uma visão mais clara em relação à tendências, artistas potenciais e músicas, que podem se tornar grandes sucessos. Na área de vendas, por exemplo, insights podem indicar até a ordem de músicas numa playlist para que os usuários fiquem mais tempo ouvindo, sem pular nenhuma faixa. No marketing, o investimento feito em uma música passa a ser mais assertivo quando observado o nível de aceitação da música pelo consumidor e, para o A&R, o time pode sugerir a contratação de artistas independentes.
“Criar uma cultura de dados dentro da Sony Music nos permitiu não só acompanhar e reagir rapidamente às mudanças de comportamento dos usuários nas plataformas, mas principalmente antecipar movimentos de mercado e gerar novas tendências. Um bom exemplo disso, foi a contratação de um artista indicado pelo time de BI, que gerou um novo movimento na música – o gênero “pisadinha”. Traduzir informações em insights simples para tomadas de decisões estratégicas se tornou uma grande vantagem competitiva para a empresa.” explica Maria Clara Guimarães, Head de Sales da Sony Music Brasil.
O envolvimento da alta gestão foi fundamental para que a cultura de dados fosse implementada, aceita e utilizada por todos, uma vez que endereça desafios importantes para a companhia, como aumento de market share, melhora da performance das faixas e artistas e a descoberta de novos talentos.
Inovação
Essa não é a primeira vez que a Sony Music Brasil antecipa as principais transformações da indústria da música. Em 2015, por exemplo, o mercado de música gravada e de distribuição tinha uma proporção de 60% digital e 40% físico. À medida que o mercado digital foi se consolidando, uma mudança fundamental foi provocada no padrão de consumo, que passou do processo de venda em lojas para um modelo de criação de estratégias 100% customizadas para a audiência das plataformas digitais. O usuário passou a ter poder de decisão sobre o que vai consumir muito maior, uma vez que, no lugar de comprar um CD, é possível ter acesso a milhões de músicas.
Por isso é tão importante entender o comportamento do consumidor. E, na Sony Music, esse é o grande motivador da área de inovação: entregar serviços e soluções que impactem toda a cadeia – mercado, artistas, parceiros e consumidores. “Nosso principal papel é incentivar a cultura de inovação. Entendemos que seja o elemento que nos move e nos mantém como uma empresa em constante evolução, que podemos encorajar nosso time a buscar melhoria contínua, inspirando e contribuindo inclusive para o desenvolvimento individual de cada um”, comenta André Luiz, Head de IT na Sony Music Entertainment Brasil.
Um exemplo dessa atuação foi o desenvolvimento de uma ferramenta que conecta os curadores de playlists regionalmente, fazendo com que os produtos estratégicos sejam compartilhados entre os países, aumentando assim a presença das faixas da companhia em playlists internacionais.
“A tecnologia não substitui o talento dos artistas e toda a arte presente em cada música que lançamos, mas a sua aplicação correta permite a tomada de decisões rápidas e totalmente alinhadas aos movimentos do mercado”, finaliza Lannes.